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Ministros pedem veto a reajuste de 7,7%

Bernardo, do Planejamento, e Mantega, da Fazenda, recomendam a Lula barrar o fim do fator previdenciário e o aumento a aposentados

Por Rafael Moraes Moura e BRASÍLIA
Atualização:

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que está "definido" que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará a extinção do fator previdenciário, decidida pelo Senado na semana passada. Depois de participar, pela manhã, da reunião de coordenação política com o presidente, Paulo Bernardo disse que ele e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recomendaram a Lula o veto ao fim do fator previdenciário e ao reajuste de 7,72% nas aposentadorias da Previdência Social com valor acima de um salário mínimo. "Está definido que vai ser vetada a questão do fator previdenciário", disse Paulo Bernardo à imprensa, após deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). "Vamos vetar o fator previdenciário e recomendamos ao presidente que vetasse também o reajuste de 7,72%. Ele ficou de pensar nisso e vamos apresentar alternativas para ver se conseguimos resolver o problema." Falta definir. Mais tarde, no entanto, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que também participou do encontro, informou que o presidente ouviu a exposição dos ministros da área econômica, mas ainda não se definiu sobre os assuntos. "O presidente não fechou posição sobre nenhum dos dois temas", disse Padilha. Questionado sobre a declaração anterior do ministro Paulo Bernardo, o ministro das Relações Institucionais respondeu que o presidente ainda não havia tomado essa decisão. Padilha alegou que o cenário político não vai influenciar o posicionamento de Lula. "Qualquer decisão que o presidente venha a tomar vai ser uma decisão que cumpre a responsabilidade fiscal. O presidente não vai permitir que qualquer clima eleitoral ou proposta de qualquer setor da sociedade venha a comprometer a estabilidade fiscal do País", afirmou Padilha. Reajuste. Segundo Bernardo e Mantega, ainda não houve uma decisão do Planalto sobre o reajuste de 7,72%. "O presidente vai pensar, ainda está analisando, porém a nossa posição foi de que se mantivesse o veto para manter a solidez orçamentária do governo, pensando nos gastos públicos", defendeu Mantega, em entrevista à imprensa. O ministro da Fazenda ressaltou a importância de deixar as finanças públicas de forma sólida para os próximos governos. "Temos de dar um reajuste, porém não pode ser tudo isso que o Congresso está propondo", observou Mantega. Segundo dados do governo, um reajuste de 6,14% custaria R$ 6,7 bilhões à União neste ano. Um aumento de 7%, que chegou a ser negociado entre o Poder Executivo e a base aliada do governo no Congresso, teria um impacto adicional de R$ 1,1 bilhão. Já o aumento de 7,7% geraria mais R$ 600 milhões em despesas para o governo, além desse R$ 1,1 bilhão.

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