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Missão do Brasil espera efeito dominó de protecionismo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Missão do Brasil junto às comunidades européias em Bruxelas já se movimenta na expectativa do anúncio de medidas baseadas em regras de salvaguardas e anti-dumping que a União Européia possa tomar contra produtos siderúrgicos provenientes de terceiros países. "O efeito dominó de protecionismo" foi admitido hoje, em coletiva, pelo comissário europeu de comércio, Pascal Lamy. "Infelizmente, o risco cascata existe, porque temos o direito e a obrigação de proteger nosso mercado, mas assumimos o compromisso que tomaremos medidas em função das regras da Organização Mundial de Comércio (OMC)", disse Lamy. A Missão do Brasil admitiu que a UE já estava se preparando para as possíveis sanções norte-americanas. Desde janeiro, a UE evocou o cumprimento de um regulamento comunitário que obriga o importador europeu a solicitar "uma aprovação" comum por parte dos Estados Membros. Este regulamento de monitoramento às importações de determinados produtos siderúrgicos estava engavetado há 52 anos e faz parte do Acordo CECA (Comunidade Européia do Carvão e do Aço). A CECA ainda existe, para surpresa de muitos, e apesar de ter sido assinada por seis países em sua origem, pode valer para todos os atuais Estados Membros. A CECA aspira suas funções este ano como está previsto em um de seus artigos. Exportações brasileiras O núcleo de negociações comerciais da Missão do Brasil começou a reunir hoje todos os dados estatísticos para um grande relatório sobre o comércio entre o Brasil e a UE. O Brasil, juntamente com Venezuela, México e Argentina, são os fortes exportadores de aço direcionados ao mercado europeu. Sendo que México e Argentina estão fora das sanções americanas. O Brasil exporta, basicamente, à UE produtos semiacabados e linhas de produtos siderúrgicos finais, como os laminados a quente e a frio. Os principais clientes europeus são Espanha e Itália. O Brasil não é um grande produtor mundial. Sua produção de 48 milhões de toneladas/ano representa, por exemplo, só o que a empresa japonesa Nippon Steel produz. Mas o diretor de América Latina, Gordon Moffat, da Confederação das Indústrias européias de Ferro e Aço (Eurofer), admite que o setor siderúrgico brasileiro é eficiente e competitivo.

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