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Modelo de 'campeãs nacionais' está fora de moda, diz presidente do BNDES

Para Paulo Rabello de Castro, o portfólio do banco está mais diversificado com micro, pequenas e médias empresas

Por Marcelle Gutierrez
Atualização:

O modelo de “campeãs nacionais” não existe mais e “está fora de moda”, disse nesta segunda-feira, 23, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, em evento do setor de papel e celulose, em São Paulo. “O processo de eleger campeões nacionais saiu de moda. O que é moda agora é micro, pequena e média empresa. A gente tem um portfólio mais pulverizado e é até natural”, comentou.

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Sobre um possível apoio do BNDES para a consolidação do setor de papel e celulose, com uma eventual fusão entre Fibria e Suzano, Rabello de Castro afirmou que o movimento não é viável neste momento. “O banco não tem tido tempo e emocional para avaliação de setores. O tempo que o banco tem gasto agora é para explicar o passado. Todo o capital humano trabalha para juntar papéis e atender pedidos dos mais diversos órgãos.”

Rabello assumiu o BNDES em junho, após a saída de Maria Silvia Bastos Marques. Foto: Wilton Junior/Estadão

Apesar disso, o presidente da instituição de fomento revelou que o BNDES avalia a compra de ativos da Caixa Econômica Federal. “(O BNDES) pode, eventualmente, selecionar alguns ativos que sejam do nosso interesse. Por enquanto simplesmente avalia, porque toda a programação financeira não cabe com a devolução de R$ 130 bilhões (ao Tesouro)”, disse.

Rabello de Castro explicou que o BNDES possui índice de Basileia (porcentual de capital mantido por bancos como precaução contra o risco de crédito) confortável, enquanto a Caixa tem posição menos confortável, devido ao elevado volume de empréstimos realizados no passado. “Esticou a corda dos trabalhos e o capital não cresceu da mesma forma. Eventualmente pode ocorrer alguma operação financeira (com o BNDES) com troca de ativos que possa reequilibrar a Caixa para que ela fique bem com a Basileia e que não prejudique o BNDES”. 

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