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Modercarga tem baixa adesão para compra de caminhões

Por Agencia Estado
Atualização:

O Modercarga, programa de financiamento de caminhões novos e usados, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro, é uma unanimidade negativa na indústria automotiva. Os principais executivos da área de caminhões das montadoras Volkswagen, DaimlerChrysler (fabricante da marca Mercedes-Benz) e Ford afirmam que o Modercarga não surtiu nenhum efeito nas vendas porque há hoje no mercado condições melhores de crédito. O vice-presidente da Volkswagen Veículos Comerciais, Roberto Cortes, afirma que a empresa continua a utilizar basicamente financiamento com o Banco Volkswagen, com 1% de juros ao mês (12,68% ao ano). Segundo ele, a taxa é menor do que a oferecida pelo Modercarga. O diretor de marketing e vendas da Daimler, Gilson Mansur, e o diretor de operações da Ford Caminhões, Flávio Padovan, também afirmam que o programa de financiamento "não aconteceu", mas ainda pode mostrar resultados. Nos bastidores, representantes da indústria e dos transportadores rodoviários são mais enfáticos. Eles classificam o programa de "ridículo" e afirmam que o projeto ?não tem razão de ser do jeito que está?. Características O Modercarga permite o financiamento de no máximo dois veículos, por isso é voltado basicamente para o caminhoneiro autônomo, e não para frotistas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou em abril as condições do projeto, que terá dotação inicial de R$ 2 bilhões e prazo de vigência de 12 meses. O Banco informou que está preparando as normas operacionais a serem enviadas aos agentes financeiros repassadores dos recursos. O programa financia a compra de caminhões, caminhões-tratores, cavalos-mecânicos, reboques, semi-reboques, chassis e carrocerias, novos e usados com até sete anos. O prazo de pagamento é de 60 meses, com carência de três meses (prazo de 36 meses para caminhões usados). A taxa de juros é de 17% ao ano, incluída a remuneração do agente financeiro. O Modercarga financia até 70% do valor do bem. De acordo com os executivos da indústria, para atrair o caminhoneiro autônomo, o Modercarga deveria financiar pelo menos 80% do bem, oferecer uma carência maior e juros menores.

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