O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, reuniu-se com empresários e líderes sindicais na tentativa de acomodar posições divergentes em relação a uma proposta de reforma trabalhista que facilita demissões e decidiu levá-la adiante apesar da oposição dos sindicatos. A expectativa é de que o projeto final seja apresentado ao conselho de ministros já na sexta-feira para uma primeira rodada de deliberações no gabinete. A apresentação da proposta para votação no Parlamento deve ocorrer dentro de algumas semanas.
A tensão em torno da proposta vinha aumentando no decorrer das últimas semanas e hoje culminou na convocação de uma greve de oito horas contra a reforma trabalhista convocada pela CGIL, a maior central sindical da Itália, depois que o governo decidiu levar a ideia adiante mesmo sem amplo apoio.
O principal ponto de divergência é uma alteração do artigo 18 da Lei Trabalhista da Itália que permitiria às empresas com mais de 15 funcionários demitir por razões disciplinares ou econômicas. O empresariado italiano está alinhado com o governo quanto à mudança no artigo, mas os sindicatos advertem que a alteração acarreta grande risco de causar desemprego em massa num momento de instabilidade econômica no país. As informações são da Dow Jones. (Ricardo Gozzi)