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Moody's altera de estável para negativa a perspectiva de bancos brasileiros

Agência de classificação de risco vê incertezas políticas e ritmo fraco de recuperação econômica para o País

Por Victor Rezende
Atualização:

A agência de classificação de risco Moody's alterou a perspectiva do sistema bancário brasileiro de estável para negativa e afirmou que o movimento reflete o risco de que as incertezas políticas possam causar deterioração adicional dos fundamentos financeiros dos bancos, em especial os riscos de ativos e a rentabilidade.

Embora a agência espere a continuidade da recuperação econômica brasileira, apoiada pela inflação mais baixa e pelos cortes na taxa de juros, "o crescimento permanecerá fraco". A Moody's prevê o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 0,5% neste ano e em 1,5% no próximo ano. "Em consequência, embora os bancos estejam saindo da recessão econômica, com risco de ativos administrável, não antecipamos uma redução material na inadimplência", afirmou.

'Embora os bancos estejam saindo da recessão econômica, com risco de ativos administrável, não antecipamos uma redução material na inadimplência', afirmou a agência. Foto: Brendan McDermid/Reuters

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Para a Moody's, apesar do alívio que a inflação e os juros mais baixos ofereçam à capacidade de pagamento dos tomadores, "a inadimplência seguirá alta nos próximos 12 a 18 meses devido aos níveis ainda elevados de desemprego e resultados corporativos fracos".

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De acordo com a vice-presidente sênior da Moody's Ceres Lisboa, que é a principal autora do relatório, "nos últimos três meses, houve sinais iniciais de uma recuperação na concessão de crédito, mas o apetite por risco dos bancos permanece contido, enquanto a demanda por crédito corporativo é limitada, uma vez que os grandes tomadores continuam focados na de alavancagem em vez de em investimento devido à significativa capacidade ociosa".

De acordo com a agência, a posição de liquidez dos bancos permanecerá robusta e as necessidades de captação continuarão limitadas. Além disso, a Moody's afirmou que a perspectiva negativa para o sistema bancário reflete a perspectiva negativa do rating soberano do Brasil.

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