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Moody's: compromisso com metas fiscais é bom sinal

Por RICARDO LEOPOLDO E NALU FERNANDES
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As agências de classificação de risco Moody''s e Fitch afirmaram hoje que vão avaliar os desdobramentos do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira antes de definirem como fica a concessão do almejado status de grau de investimento ao Brasil. O analista sênior da Moody''s, Mauro Leos, afirmou que é um bom sinal o compromisso do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo vai manter as metas fiscais para o próximo ano, que incluem o superávit primário de 3,8% do PIB. Em entrevista coletiva à imprensa realizada no começo da tarde em Brasília, o ministro fez questão de ressaltar que, apesar da rejeição da prorrogação da CPMF pelo Senado até o fim de 2011, o Poder Executivo vai manter o rigor fiscal do País. "O equilíbrio das contas públicas é um dos principais fatores observados por nós no acompanhamento da evolução de indicadores econômicos de um país e que influenciam a determinação de rating (nota de risco de crédito) soberano", comentou Leos. Leos afirmou que a Moody''s vai avaliar atentamente quais serão as ações que o governo deverá adotar nos próximos dias para compensar o impacto da perda de R$ 39 bilhões provocados pelo fim da cobrança da CPMF. "Vamos avaliar a capacidade do governo de lidar com a situação. É possível que o Poder Executivo apresente boas soluções para resolver as atuais dificuldades, inclusive sem precisar aumentar a emissão de títulos da dívida pública", afirmou. Mauro Leos destacou que uma eventual queda do superávit primário poderia prejudicar a concessão do grau de investimento pela Moody''s. Fitch A derrota do governo na renovação da CPMF não leva a Fitch a antecipar uma ação negativa para o rating soberano do País, afirma a diretora sênior da agência, Shelly Shetty. Em Nova York, a analista ponderou que a Fitch está aguardando pelas medidas que serão anunciadas na próxima semana, no "potencial Plano B" do governo federal, para compensar a perda de arrecadação derivada da rejeição da CPMF pelo Congresso. Apenas após a divulgação das medidas, a Fitch vai "determinar como a perspectiva para o grau de investimento será afetada".

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