A agência de classificação de riscos Moody's disse nesta quarta-feira que os protestos no Brasil dificultam consolidação de esforço fiscal que a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff vem tentando colocar em prática.
Em relatório, a agência afirma que apesar de ser "altamente improvável" um impeachment da presidente Dilma Rousseff, a insatisfação popular e política pode complicar os esforços do governo para restaurar a confiança do investidor e alcançar a consolidação fiscal, dois elementos considerados pela Moody's críticos para a melhora da qualidade do crédito do país. A Moody's classifica o Brasil com rating Baa2, perspectiva negativa, ainda em grau de investimento.
A deterioração das condições macroeconômicas e o descontentamento social ampliam as incertezas sobre as perspectivas para o país no curto prazo, possivelmente aumentando a pressão sobre a confiança do consumidor e dos empresários, que já está nas mínimas históricas, observa a agência.
O escândalo de corrupção na Petrobrás também contribui para este cenário, diz a Moody's, que cita em sua análise os protestos do último domingo.
A baixa aprovação do governo, comenta a agência, deve minar as negociações com o Congresso em relação a um pacote econômico que inclua medidas significativas de ajuste fiscal, "que em nossa visão é fundamental para deter tendências negativas nos indicadores fiscais e de endividamento do Brasil".