PUBLICIDADE

Moody's nega que América Latina esteja superaquecida

Por Carolina Ruhman
Atualização:

A América Latina não está superaquecida, afirmou Alfredo Coutino, economista sênior para América Latina da Moody''''s Economy.com, braço de pesquisa econômica da holding Moody''''s Corporation, da qual faz parte a agência de classificação de risco. Segundo ele, a ausência de pressões inflacionárias e de desequilíbrios internos ou externos desqualifica a região como candidata a um superaquecimento, apesar da região estar "registrando seu quarto ano de expansão contínua a taxas acima da capacidade de produção". "A análise da situação recente da América Latina, sob a estrutura de uma definição macroeconômica de superaquecimento, não nos permite concluir que a região esteja superaquecida", disse Coutino. Ele ressaltou que os poucos casos nos quais a Moody''''s vê "sinais incipientes" de superaquecimento, "as economias estão se moderando naturalmente e convergindo para taxas mais sustentáveis de crescimento, reduzindo assim riscos potenciais". "Uma vez que a tendência de longo prazo para a América Latina é estimada em uma taxa perto de 4,0% nos últimos dez anos, obviamente a região tem registrado expansão constante a taxas acima do potencial desde 2004", disse, acrescentando, no entanto, que não houve "nem um processo inflacionário nem um desequilíbrio externo". "Pelo contrário", disse Coutino, "na verdade há uma inflação declinante, com a taxa caindo constantemente de 8,5% em 2003 para 5,0% em 2006, e provavelmente ficará perto deste ritmo em 2007". "Assim, nós podemos concluir que a região não esteve superaquecida entre 2004 e 2006, apesar do avanço acima do potencial, dado a ausência do excesso de demanda e a inexistência de desequilíbrios internos ou externos", declarou. Brasil Com relação ao Brasil, a Moody''''s afirmou que no País, assim como no México e Chile, "as taxas de crescimento têm sido moderadas e abaixo do potencial nos últimos anos, com uma recuperação mais estável em 2007. Isso desqualifica a classificação destes três países como economias superaquecidas no presente". Para Coutino, não há sinais de excesso de demanda nos três países. Ele descartou ainda um superaquecimento na América Latina no futuro próximo, "uma vez que o desempenho da região está se moderando naturalmente, de acordo com a capacidade de produção atual". Ressaltou, no entanto, que Colômbia e Venezuela podem ser duas candidatas a um superaquecimento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.