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Moody´s reafirma que dívida limita elevação da nota

Por Regina Cardeal
Atualização:

Em seu relatório anual sobre o Brasil, a agência de classificação de risco de crédito Moody''s Investors Service afirma que a nota "Ba1" de títulos de dívida pública em moeda local e estrangeira, assim como a perspectiva estável, incorpora importantes reduções nas vulnerabilidades externas do País e menores riscos de crédito na área fiscal. O rating "Ba1" está um degrau abaixo da classificação de grau de investimento. O relatório, que reitera algumas das informações fornecidas em entrevista concedida à Agência Estado na última quarta-feira pela Moody?s, pouco depois que a agência Standard & Poor?s elevou a nota do Brasil a "BBB-", ou grau de investimento, é uma atualização anual aos mercados e não representa uma ação de rating, conforme explica a Moody´s em sua nota. ?A melhora na perspectiva de rating para o Brasil depende da possibilidade do fortalecimento adicional tanto das finanças públicas quanto do perfil de dívida, que reduziriam significativamente as vulnerabilidades atuais?, afirmou o vice-presidente da Moody?s, Mauro Leos, autor do relatório. ?Isso garantiria uma convergência sustentada em direção aos indicadores de crédito mais alinhados com ratings de grau de investimento." Leos afirma no relatório que a presença de um ambiente global mais desafiador deve exercer um impacto limitado no curto prazo sobre a avaliação do Brasil, devido à grande redução das vulnerabilidades externas da economia e à presença de uma estrutura de exportação bem diversificada no que tange a produtos e destinos. ?Os indicadores de dívida externa têm apresentado uma contínua redução, impulsionada pela redução do endividamento externo e pelo crescimento nas exportações?, disse Leos. ?As maiores reservas internacionais reduziram consideravelmente a exposição do País aos choques externos." Leos, prossegue o comunicado, também afirmou que os indicadores da dívida pública apresentaram moderada tendência de queda nos últimos anos, sustentados pelo compromisso das autoridades em alcançar as metas de superávit primário (economia para o pagamento da dívida). O perfil de dívida do governo atual incorpora uma exposição muito reduzida ao risco cambial, assim como menores riscos relativos às taxas de juros. ?Os principais limites aos ratings do governo brasileiro são os índices de dívida relativamente altos que, embora em queda, ultrapassam a norma da categoria Baa e ainda apresentam riscos de rolagem, já que uma parcela significativa da dívida vence em um prazo inferior a um ano?, afirmou Leos. ?Outros limites incluem impedimentos estruturais a ajustes no Orçamento dada a alta proporção de gastos previdenciários não-discricionários que está por traz da tendência de crescimento das despesas primárias do governo." Ele também explicou que o sucesso limitado das reformas relacionadas à Previdência Social e outras reformas estruturais exigidas para melhorar de maneira fundamental as perspectivas fiscais de médio prazo, não anula os benefícios da continuidade da política econômica que tem sido mantida no Brasil por diversos governos e está refletida nos ratings atuais da Moody?s.

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