O conceito de comprar um imóvel como investimento está retornando ao mercado. Depois de passar alguns anos com o "pé no freio", o consumidor voltou a considerar a compra de casas e apartamentos um negócio rentável. Mas esse fato tem explicações. As principais são estabilidade econômica e disposição dos bancos para financiar a compra. Além disso, diz o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, com o atual nível da taxa Selic, ao alugar um imóvel, o investidor tende a alcançar um rendimento próximo ao oferecido pelos fundos de renda fixa, por exemplo. "O valor de um aluguel no mercado deve corresponder a 1% do valor do imóvel e a expectativa para os próximos meses é que as aplicações de renda fixa apresentem queda de rentabilidade, além de oferecem maior risco ao aplicador." O consultor imobiliário Roberto Capuano afirma ainda que, além de aumentar a renda do proprietário, o imóvel sempre será valorizado no mercado. "Quanto maior a demanda, maior será o preço de venda." No entanto, ao adquirir uma casa ou apartamento para locação, o comprador deve preferir imóvel popular ou de médio porte, complementa. De acordo com ele, 98% das locações são de até R$ 1 mil. "Assim, o principal cuidado a ser tomado é o de não ultrapassar a capacidade de pagamento dos moradores da região onde o bem está localizado." Mas o imóvel realmente será um bom investimento se o comprador conseguir alugá-lo. Caso contrário, afirma Oliveira, as despesas mensais do proprietário vão aumentar significativamente, já que ele terá de arcar com todos os custos, como Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e condomínio, se houver. Para quem não pretende morar no imóvel futuramente, os especialistas aconselham a compra de conjuntos ou salas comerciais. Para eles, há uma grande demanda nesse setor. "Quem investir na área comercial poderá ter um retorno financeiro em menor prazo", acredita Oliveira.