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Morales ameaça expulsar as multinacionais Shell e Ashmore

Governo acusa multinacionais de ter sabotado o envio de gás e petróleo

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, ameaçou na terça-feira expulsar do país as multinacionais Shell e Ashmore, se for comprovado que os executivos de sua filial, a Transredes, cometeram sabotagem. Morales acusou a Transredes de não repor imediatamente o envio de gás e petróleo ao mercado interno no sábado passado, depois de as forças da ordem retomarem o controle da instalação de Camiri, ameaçada pelos habitantes locais. A central tinha suspendido suas operações por exigência do Comitê Cívico da localidade, que estava em greve e exigia do governo mais ações para a nacionalização dos hidrocarbonetos. O presidente boliviano, em entrevista coletiva na cidade de Potosí, revelou que a sabotagem começou com a interrupção por duas horas da produção, antes de a multidão chegar para obrigar o fechamento do duto. Ainda segundo o presidente boliviano, depois da recuperação do controle da estação, a empresa não retomou seu trabalho, apesar dos constantes pedidos das autoridades. Só após um ultimato do ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, foi restabelecido o fluxo de gás e petróleo para o resto do país. O comandante militar encarregado de proteger a instalação será também investigado por ter permitido a entrada dos manifestantes. Para o Chefe de Estado, houve "uma conspiração externa e interna" contra o governo, que se refletiu numa "rara coincidência entre a Transredes e alguns dirigentes cívicos de Camiri". Morales anunciou uma investigação e avisou que, se for comprovada a sabotagem, não terá "nenhum medo de expulsar transnacionais que sabotam e conspiram contra o governo".

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