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‘Movimento de M&As é reflexo de captações na Bolsa’, diz Gustavo Miranda, do Santander

Diante do 'boom' de ofertas de ações neste primeiro semestre, empresas têm mais caixa para captações de fusões e aquisições

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

A onda de fusões e aquisições que vem sendo observada no mercado brasileiro é um reflexo da série de captações feitas pelas empresas na Bolsa de Valores, diante de um “boom” de ofertas de ações neste primeiro semestre, que colocou mais recursos no caixa das companhias.

Além disso, as empresas de capital aberto passam a ter ações como moeda de troca para essas transações, o que ampliou seu poder de fogo nas negociações, na visão do chefe do banco de investimento do Santander Brasil, Gustavo Miranda.

Leia, a seguir, os principais trechos da conversa com o Estadão:

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Como está o ano para o mercado de capitais no Brasil?

O ano começou muito forte. A primeira janela foi excelente e na janela seguinte houve mais incertezas e mais volatilidade, e algumas ofertas foram postergadas. Tivemos também um momento com muitas ofertas e os gestores não conseguiam analisar todas.

Como está a expectativa para as próximas ‘janelas’ de emissões de ações no Brasil?

Esperamos que as próximas janelas sejam positivas e devemos bater com folga o volume do ano passado. No segundo semestre também deveremos ter uma situação melhor em relação ao covid-19, e os investidores estarão mais confortáveis para investir em novos ativos.

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Por que estamos vendo tantas operações de fusões e aquisições? Há alguma relação com o movimento que estamos vendo na Bolsa?

Isso é um reflexo das captações que foram feitas pelas empresas, o que as tornou mais líquidas. Fora isso, as companhias listadas têm as suas próprias ações como moeda de troca nessas transações. Além disso, elas começaram a crescer e a virar corporations (empresas sem controle definido), e os conselhos de administração estão sendo protagonistas em M&As (sigla em inglês para fusões e aquisições). Essa é uma tendência, já que o conselho tem esse dever fiduciário de buscar crescimento e de criar valor. Essa análise é feita de forma mais isenta e as empresas, desde 2019, estão conseguindo captar e fazer caixa.

Quais têm sido os objetivos das empresas com as captações?

As empresas estão captando muito para crescimento e também para M&As. Alguns setores, como o de varejo, estão querendo ficar líquidos (com dinheiro em caixa) para se posicionar. É um efeito cadeia: a empresa observa o concorrente buscando liquidez e também quer se posicionar.

Gustavo Miranda é responsável pelo banco de investimento do Santander Brasil Foto: Danilo Tudella
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