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Movimento do comércio na OMC é injusto, diz especialista

Por Agencia Estado
Atualização:

Os 146 países que integram a OMC não conseguiram chegar a um acordo para cumprir o compromisso assumido em Doha de liberalizar o mercado agrícola, facilitar o acesso dos produtos industriais aos mercados e ampliar a agenda da organização. O impasse se deu no setor agrícola, prejudicando o grupo dos países exportadores do G-21, liderados pelo Brasil e a Índia. Para o prof. de Relações Internacionais da PUC-RJ, Luiz Fernandes, o resultado reproduz o resultado ocorrido em Seattle. "Até aqui todo o movimento para liberalizar o comércio internacional tem sido desigual, injusto", destacou Fernandes em entrevista ao Jornal das Dez, da Globo News. "Houve significativa liberalização em áreas onde os países mais desenvolvidos têm maior competitividade e vantagens, como propriedade intelectual e produtos industrializados. E na área onde os países em desenvolvimento poderiam ter maiores condições de concorrer, sobretudo a agricultura, os países centrais adotam políticas altamente protecionistas." Brasil assume papel de liderança A conferência tinha como objetivo definir um marco nas negociações em torno da liberalização comercial iniciada em 2001, no Qatar. Apesar do fracasso nas negociações, Luiz Fernandes, considera que o Brasil assumiu um inédito papel de liderança entre os países em desenvolvimento: "O resultado não foi favorável no sentido de se ter chegado a um consenso.", ressalvou o professor da PUC-RJ. "Mas inegavelmente foi um tento da diplomacia brasileira: o Brasil passou a exercer uma liderança mundial, trazendo para o seu lado a África do Sul, a China, a Índia e o Paquistão", assinalou Fernandes. "Como as negociações continuam, o papel mundial do Brasil nas negociações para um comércio mais justo se fortalece a partir desta participação."

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