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Movimento em pequenos supermercados recua 10%

Por Agencia Estado
Atualização:

O movimento dos pequenos supermercados em janeiro caiu 10% em relação a dezembro, segundo dados preliminares do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga), que reúne empresas de médio e pequeno porte. De acordo com o consultor econômico do sindicato, Leonel Tinoco, as perspectivas para o curto prazo não são muito otimistas. Tradicionalmente, o setor começa a registrar melhoras somente a partir de março, acompanhando a retomada da economia. Até lá, a tendência é de resultados tímidos. Apesar do tradicional aquecimento das vendas em dezembro, os pequenos supermercados do Estado não conseguiram recuperar as perdas em 2002. Os dados consolidados do segmento apontaram queda real do faturamento de 6,22% em relação a 2001. Além da concorrência com as grandes redes, a causa deste resultado está associada à elevação da inflação, avalia o Sincovaga. Levantamento realizado pela entidade apurou que a variação média de preços do conjunto de produtos mais vendidos foi de 8,42% no período, um pouco abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, que registrou alta de 10 20%. O aumento, principalmente de itens da cesta básica, fez com que os consumidores destes estabelecimentos migrassem para os hipermercados em busca de melhores preços. Os grandes supermercados já apresentavam vantagens sobre os menores em razão das compras em escala, mas as eventuais diferenças de preços entre eles, até meados do ano passado, era compensada pela comodidade e facilidade dos supermercados de vizinhança. Este movimento pode ser observado nos números dos dois segmentos. Enquanto o faturamento dos independentes recuou 6%, as grandes companhias reunidas na Associação Brasileira de Supermercados (Abras) registraram um aumento real de 1,5%. O resultado não compensou a queda de vendas entre 1998 e 2001, de cerca de 3,5%, mas acompanhou o da economia brasileira no mesmo período. Os dados do Sincovaga revelam que 2002 foi o pior ano desde 1989, equiparando-se apenas a 1994. Os salários reais pagos aos trabalhadores caíram quase na mesma proporção: 6,76%. O total de trabalhadores empregados foi reduzido em 1,80%. Mesmo dezembro, que é o melhor período para o comércio, não conseguiu "salvar" os números: as vendas foram 12,9% piores que as de dezembro de 2001.

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