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Movimento na ponte aérea volta ao nível de 1999

Por Agencia Estado
Atualização:

O movimento de passageiros na ponte aérea Rio-São Paulo encolheu no primeiro semestre e retornou ao nível dos primeiros seis meses de 1999. Foram 1,456 milhão de passageiros embarcados no trimestre, 9,2% a menos do que no ano passado. Em outro sinal da crise econômica, Buenos Aires perdeu o posto de primeiro destino de vôos brasileiros para o exterior no semestre. O recuo de tráfego na ponte aérea representa um sinal de desaquecimento econômico, dizem executivos e especialistas do setor. "Esta ligação funciona como um grande termômetro desde julho de 1959, quando foi criada. A queda é um aviso antecipado de recessão econômica", afirmou o diretor da Multiplan Consultoria Aeronáutica, Paulo Roberto Bittencourt Sampaio, responsável por projetos de criação de aviação regional no País. Depois de avançar 18,6% entre os primeiros semestres de 1999 e de 2000 - passando de 1,456 milhão de passageiros para 1,727 milhão -, o movimento na rota caiu dois anos seguidos. Em 2001, a queda foi de 6,76%, para 1,609 milhão de passageiros. E este ano encolheu de novo, voltando ao mesmo nível de 1999. A diferença entre o tráfego na ponte aérea no primeiro semestre de 1999 e de 2002 é de apenas 0,36%. "Obviamente, os anos de 2001 e 2002 não foram fortes para atividade econômica e também para a aviação como um todo. Não é uma questão apenas da ponte aérea. Mas ela demonstra uma reação mais rápida porque é mais voltada ao tráfego de negócios", disse o diretor de controladoria da Varig, Manuel Guedes. O diretor da Multiplan afirma que não se pode creditar o recuo de tráfego na ponte-aérea ao fim das operações da Transbrasil. Isso porque este ano, por exemplo, a Gol iniciou operações entre as duas capitais. Na análise de Sampaio, a Gol vem conquistando gradativamente a confiança do passageiro e já atua na rota desde meados do primeiro semestre. Miami passa a Argentina Os dados de tráfego foram divulgados pelo Departamento de Aviação Civil (DAC) e mostram que a rota ligando o País a Buenos Aires, que ocupava o primeiro lugar no ranking dos vôos internacionais no ano passado, teve o tráfego reduzido e passou para a segunda colocação. O número de passageiros no vôo São Paulo/Buenos Aires/São Paulo caiu de 372,5 mil no primeiro semestre do ano passado para 235 mil este ano, um recuo de 6,9%. Com isso, a ligação entre as duas cidades passou para o segundo lugar, ficando atrás do vôo Miami/São Paulo/Miami, que transportou 279,5 mil passageiros até junho, 10%, contudo, abaixo do ano anterior. Levando em conta a soma dos passageiros nos vôos partindo do Rio e de São Paulo para a capital da Argentina, o recuo chega a 39,8%, de 548,7 mil passageiros de janeiro a junho de 2001 para 330,4 mil no período deste ano. O relatório do DAC também mostra as posições de aeroportos mais movimentados no Brasil. A liderança nos vôos domésticos permanece com o aeroporto de Congonhas, na capital paulista, que este ano teve 6,269 milhões de passageiros, entre embarques e desembarques, seguido do aeroporto de Brasília, com 3 milhões, e o Santos Dumont, no Rio, com 2,678 milhões. Nos vôos domésticos, os aeroportos de Brasília e do Rio ganharam posição no ranking. O tráfego de passageiros em vôos domésticos caiu no aeroporto Internacional de São Paulo. No tráfego internacional, os três principais aeroportos em movimento de passageiros no primeiro semestre deste ano foram o aeroporto Internacional de São Paulo, com 4,116 milhões de passageiros, Rio de Janeiro, com 1,472 milhão, e o de Porto Alegre, com 170,2 mil.

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