PUBLICIDADE

Publicidade

MP abre investigação sobre concessões fiscais à CSA

Serão investigadas possíveis irregularidades em benefícios concedidos pelo governo do Estado e pelo município do Rio

Por Fernanda Nunes
Atualização:

RIO - A renúncia fiscal concedida pelo governo do Estado e pelo município do Rio de Janeiro à siderúrgica CSA – controlada pelo grupo alemão Thyssen Krupp e localizada na zona oeste da capital fluminense – é alvo de inquérito civil do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ).

Serão investigadas possíveis irregularidades na concessão de benefícios, além de suposta “negligência na arrecadação de tributo e na conservação de patrimônio público” por parte das administrações públicas.

SIDER?RGICA18 - RJ - 10/04/2014 - SIDER?RGICA/LICEN?A - CIDADES OE - Expira hoje o Termo de AJustamento de Conduta (TAC) que autoriza o funcionamento da Companhia Sider?rgica do Atl?ntico (CSA) em Santa Cruz zona oeste do Rio de Janeiro. A ind?stria funciona desde 2010 sem licen?a ambiental. No per?odo, foi acusado de poluir a atmosfera da regi?o (a chamada chuva de part?culas) e a ba?a de Sepetiba. Ambientalistas acusam a empresa de ter, com apoio velado dos ?rg?os ambientais do Estado, forjado uma audi?ncia p?blica em 27 de mar?o. Dizem tamb?m que a sider?rgica, do grupo alem?o ThyssenKrupp-Vale, forjou autoriza??es do Minist?rio P?blico e laudos da Fiocruz. Manifesto contra o licenciamento ser? entregue de manh? no Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Foto: FABIO MOTTA/ESTAD?O 

PUBLICIDADE

Em comunicado oficial, o MP-RJ informou ontem que o inquérito foi instaurado a partir de representação do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema), que questiona o financiamento concedido pelo Estado por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social (Fundes). O governo estadual ainda teria beneficiado a empresa com isenção de ICMS, enquanto o município abriu mão de ISS, segundo o MP.

Na representação, o Gaema ressalta que a Thyssen Krupp até hoje, não obteve licença ambiental para operar, o que seria um requisito para ter acesso aos recursos do Fundes.

O inquérito ainda destaca a crise financeira do Estado, em parte provocada pela queda da arrecadação. “Não se tem notícia de que a administração pública tenha observado a Lei de Responsabilidade Fiscal quando da concessão das isenções tributárias à TKCSA (Thyssen Krupp)”, afirma o documento.

A investigação do MP vem no momento em que o Estado do Rio prevê déficit orçamentário de R$ 19 bilhões para este ano. Segundo o órgão, apenas em ICMS, a CSA teria deixado de pagar ao governo fluminense R$ 695 milhões entre 2007 e 2010, por causa das isenções tributárias.

Em julho, o Ministério Público fluminense já tinha aberto ação para impedir a continuação das operações da CSA antes de novas análises sobre impactos ambientais da usina, tida como um dos maiores investimentos privados do País nos últimos anos. A CSA começou a operar em 2010.

Publicidade

Posicionamento. Em resposta ao inquérito, a empresa afirma que, até agora, não recebeu qualquer notificação. “Os trâmites de aprovação de benefícios fiscais municipais e estaduais concedidos à CSA cumpriram todos os requisitos, incluindo uma ampla análise realizada pelas autoridades executivas e legislativas”, informou a Thyssen Krupp CSA, em comunicado.

A siderúrgica diz ainda que cumpriu “integralmente as obrigações estabelecidas nos programas de benefícios”.

Segundo a CSA, foram cumpridos os requisitos de licenciamento da siderúrgica, instalada na zona oeste fluminense, previstos em termo de ajustamento de conduta de 2012. “A empresa aguarda a conclusão da análise técnica de seus relatórios pelos órgãos ambientais e opera sob autorização de funcionamento ambiental”, frisa a nota. / COM REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.