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MP para baixar spread é manobra diversionista, diz Febraban

"Se o governo quisesse discutir seriamente a questão começaria sendo mais transparente na divulgação das informações sobre crédito", afirmou o economista-chefe da federação

Por Agencia Estado
Atualização:

O economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Roberto Troster, afirmou nesta quinta-feira que a medida provisória anunciada pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, para baixar o spread (diferença entre o custo de captação de recursos e o custo da taxa de empréstimos) bancário é uma "manobra diversionista", que não levará a qualquer redução significativa das taxas cobradas do consumidor. Segundo Troster, "se o governo quisesse discutir seriamente a questão começaria sendo mais transparente na divulgação das informações sobre crédito". De acordo com ele, o Banco Central (BC) distorce os números de spread e taxas de juros do sistema financeiro, pois não incluiu no cálculo grande parte das operações de empréstimos feitas pelos bancos. "Cerca de 32% dos empréstimos feitos pelos bancos não são incluídos no cálculo de spread e taxas que o BC faz. Ou seja, um terço das operações não entra e são, justamente, as relacionadas ao crédito direcionado, que são as de menores taxas, nas quais os bancos tomam prejuízo", critica, ressaltando que "falta transparência na divulgação dos dados". Troster diz que a Fazenda lança as medidas para não "precisar atacar o real problema", que seria a questão dos compulsórios e dos tributos cobrados sobre as operações de crédito. "O que interessa, o que tem que ser feito para valer, a Fazenda não faz, que é eliminar os impostos explícitos e implícitos e reduzir o compulsório. Desafio que alguém prove a necessidade de compulsórios tão altos para se obter sucesso na política monetária", conclui.

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