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MPE prende 5 em operação contra a 'Máfia dos Grãos'

Quadrilha, composto por 75 empresas, atuava no Triângulo Mineiro e tinha ramificações em mais 5 Estados

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Pelo menos cinco pessoas já foram presas nesta terça-feira, 18, durante a Operação Celeiro, realizada pelo Ministério Público Estadual, em conjunto com a Secretaria de Estado de Fazenda, a Polícia Militar e apoio da superintendência do Banco Central do Brasil, em Belo Horizonte.   O objetivo, segundo o MPE, é desarticular a "Máfia dos Grãos" que atuava na região do Triângulo Mineiro e tem ramificações nos Estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Distrito Federal e São Paulo.   Mais de 250 agentes do poder público, entre promotores de Justiça, auditores da Receita estadual, policiais militares e oficiais de Justiça estão cumprindo 25 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão preventiva.   A quadrilha era composta por 75 empresas que atuavam no mercado de comercialização de cereais há pelo menos 5 anos, causando um prejuízo estimado pela Receita Estadual de R$ 400 milhões em sonegação de ICMS.   Além desse valor, já estão inscritos em dívida ativa ou já foram autuados outros R$ 347 milhões. As investigações tiveram início há mais de dois anos e o MPE já denunciou 58 pessoas.   A base de operações da quadrilha era a região do Triângulo Mineiro, constituída por empresas comerciais atacadistas, corretoras e armazéns localizados nas cidades de Uberlândia, Uberaba, Ituiutaba, Araguari, Patrocínio, Patos de Minas, Nova Ponte, Santa Juliana, Araxá e Perdizes, principalmente.   O golpe, de acordo com o MP, consistia em comprar soja, milho e sorgo de produtores rurais de Minas Gerais e revender essas mercadorias a grandes indústrias de Minas Gerais e de São Paulo. Para não pagar os tributos, as empresas atacadistas simulavam comprar esses mesmos produtos de "empresas de fachada" inscritas nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, São Paulo e até no Distrito Federal, através de notas fiscais e créditos de ICMS frios.   A quadrilha também simulava a exportação de grãos, desviando dos postos fiscais nas fronteiras do Estado e falsificava carimbos dessas repartições fazendárias. Com isso, reduzia ou até suprimia o imposto que teria a pagar para Minas Gerais, além de outros tributos.   Com a sonegação dos impostos, ganhavam também as granjas, as indústrias de óleo de soja, as fábricas de ração e outras indústrias de produtos alimentícios que no momento de pagar seus impostos, abatiam os créditos recebidos das empresas da quadrilha. Eles também serão chamados para prestar conta dos impostos sonegados.

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