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MS culpa Paraguai por dificuldades econômicas após aftosa

Segundo a Agência Estadual de Defesa Sanitária do Estados, desde 94 os novos focos da doença surgidos no Estado foram, na verdade, introduzidos

Por Agencia Estado
Atualização:

O Paraguai foi mais uma vez apontado como o vilão da pecuária sul-mato-grossense ao ser considerado um exportador de febre aftosa, pelo diretor-presidente da Agência Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), João Cavalléro, durante entrevista coletiva à imprensa realizada nesta terça-feira, em Campo Grande. Ele afirmou que existem 940 propriedades rurais na fronteira com o país vizinho, consideradas áreas de risco onde é necessário um trabalho diuturno de prevenção da doença. O encontro foi realizado devido a uma série de comentários sobre a descoberta de novos focos do vírus em Mato Grosso do Sul, em fazendas vizinhas do chaco paraguaio, o que foi negado com ênfase. Cavalléro, disse estar tranqüilo quanto o combate à doença no Estado, e que o mesmo não pode dizer sobre o Paraguai. "Na pratica, não existe um programa cooperação entre os dois países, embora desde 1965 haja acordo bilateral para a questão sanitária, mas infelizmente ainda não saiu do papel". As conseqüências dessa falha são apontadas a partir de estudos técnicos, revelando que o último foco originado no Estado foi identificado em 24 de dezembro de 1994. Os demais ocorreram devido a reintrodução da doença, como por exemplo, os casos registrados no extremo sul do Estado em 2005. A região ainda sente os impactos econômicos e sociais que estão sendo amenizados devido à situação de emergência decretada pelo Governo do Estado, ainda segundo Cavallero. "O pior já passou", enfatizou informando que na próxima sexta-feira (11) terminará a última etapa dos conjuntos de ações adotadas contra os focos de aftosa que atingiram cinco municípios do extremo sul entre outubro último e início deste ano. Trata-se das conclusões dos resultados finais das análises sorológicas feitas a partir de materiais colhidos de bovinos de fazendas situadas na área de risco, onde não foram encontrados animais doentes durante aquele período. A expectativa nesse sentido é a melhor possível, conforme comentou o superintendente federal de Agricultura no Mato Grosso do Sul, José Antônio Felício. Lembrou que os frigoríficos do MS estão normalizando as cotas de abates e recontrataram mais da metade dos 10 mil trabalhadores dispensados nos últimos 10 meses. "Atualmente não existe mais aftosa no Mato Grosso do Sul, a prova maior é a reação positiva do mercado e o acrescente preço da arroba do boi gordo". Lamentou as interpretações errôneas sobre o trabalho de pesquisa em torno do material de análise enviado para o Rio Grande do Sul. "Chegaram a comentar que em uma primeira etapa, a pesquisa apontava possibilidade de novos focos de aftosa no Estado. A abordagem do assunto não foi correta, a sorologia tinha dado resultado positivo para o reagente. Refizemos os exames e esclarecemos o mercado sobre o assunto, agora, não existe nenhum resultado que confirme que há aftosa, então, realmente fica a impressão de interpretação errada". Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) Leôncio Brito, são boatos que surgem justamente quando a arroba do boi alcança alta acumulada de 17% no mês de julho. "Vale lembrar que somente os produtores locais investem R$ 500 milhões em sanidade animal e agora querem impedir a evolução do Estado e dos nossos negócios". Este texto foi atualizado às 16h50.

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