
17 de dezembro de 2020 | 20h33
Nesta quinta-feira, a Mercedes-Benz anunciou o fechamento de sua fábrica em Iracemápolis, interior de São Paulo, inaugurada há apenas quatro anos. Razão principal: a empresa decidiu alterar sua estratégia de negócios e dedicar-se à produção de veículos movidos a motores elétricos.
Este é apenas um episódio que indica aceleração na mudança no paradigma energético do planeta.
Recuperação verde pós-covid pode cortar até 25% da emissão de gases no mundo, diz órgão da ONU
Até há poucos anos, havia enorme resistência na adoção de novos padrões de energia no mundo em direção à produção e ao consumo de energia limpa e renovável. Os mais conservadores entendiam que se tratava de concorrência desleal destinada a alijar do mercado as indústrias que vinham operando de maneira convencional, o que também semeava desemprego nos principais centros produtivos.
Esse foi o principal argumento pelo qual o Partido Republicano dos Estados Unidos trabalhou pela rejeição do Protocolo de Kyoto e foi, também, a razão pela qual o presidente Donald Trump abandonou o Acordo de Paris, que determina metas de redução da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.
Paradoxalmente, este também foi o argumento pelo qual as esquerdas e, de uma maneira mais geral, os governos dos países em desenvolvimento combateram acordos que tinham os mesmos objetivos. Essas cláusulas – com certa razão – impunham aos países pobres aumentos de custos de produção que os países ricos não tiveram no passado quando desenvolveram a sua própria indústria.
Hoje, a questão ambiental ganhou regime de urgência. Há mais consciência sobre os estragos produzidos pelo aquecimento global e sobre a necessidade de medidas drásticas para evitá-los. O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, promete acatar os termos do Acordo de Paris e anunciar incentivos a investimentos destinados a substituir os combustíveis fósseis.
A seguir, algumas metas já decretadas ou em estudo em alguns países:
Aviso para o Brasil: as coisas estão acontecendo. Omissões ou simplesmente deixar que o mundo gire e a Lusitana rode podem custar perdas irreversíveis de mercado e perdas de empregos.
CONFIRA
>>> Bitcoin, valorização recorde
O bitcoin já teve neste ano uma valorização de mais de 200% e não para de subir. Ultrapassou nesta semana a cotação de US$ 23 mil por unidade. Criptomoeda criada em 2008, cujas emissões se baseiam no pagamento de megasserviços prestados por computador (“mineração”), continua sendo considerada confiável.
No início foi procurada por quem queria fugir dos bancos na intermediação de negócios. Hoje, também se tornou refúgio para quem quer escapar dos impostos ou vive de lavar dinheiro.
*CELSO MING É COMENTARISTA DE ECONOMIA
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.