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Mudança nas Casas Bahia gera rumores de venda

Michael Klein diz que rede pretende expandir as vendas para as classes A e B e entrar na internet, e nega especulações de que estaria à venda

Foto do author Márcia De Chiara
Por Sonia Racy , Márcia De Chiara e Patricia Cançado
Atualização:

As Casas Bahia, a maior rede de eletrodomésticos e móveis do País, estudam uma mudança em seu perfil. Conhecida pela sua especialização em vender para a camada de menor renda, a rede quer ampliar as vendas para as classes A e B, que já respondem hoje por mais da metade do faturamento previsto para este ano, de R$ 12 bilhões. A companhia também quer começar a vender pela internet a partir do ano que vem. Esse movimento do gigante do varejo provocou rumores no mercado de que a empresa estaria procurando um comprador. Reportagem publicada no portal da revista Exame diz que as Casas Bahia teriam enviado há cerca de três meses uma carta com os números da empresa a potenciais interessados, abrindo as negociações. O diretor-administrativo da empresa, Michael Klein, nega a informação. Diz que contratou recentemente o consultor de varejo Marcos Gouvêa de Souza - que, segundo a Exame, seria o representante dos Klein em um eventual processo de venda - apenas para avaliar a entrada da companhia na internet, possivelmente no ano que vem, e para estudar como ampliar as vendas para as classes A e B. Para isso, Klein conta que o consultor assinou um contrato de confidencialidade, pois teve acesso a números estratégicos da empresa. Esse movimento teria sido o motivo, segundo Klein, para que surgissem especulações sobre a intenção de venda da companhia. O consultor Marcos Gouvêa de Souza nega, por meio de sua assessoria, que esteja assessorando a venda da empresa. Mas, de acordo com uma fonte ouvida pelo Estado, as Casas Bahia chegaram a ser oferecidas para as três maiores cadeias de varejo do País: Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar. As redes, naturalmente compradoras, têm interesse pela empresa, mas desde que ele se estruture internamente antes. "Falta balanço auditado, uma gestão mais estruturada e uma governança corporativa", diz a fonte. "Se as Casas Bahia seguirem adiante nessa decisão, provavelmente vão levar ainda um bom tempo para venderem a rede. A empresa ainda não está pronta para ser vendida." A avaliação do mercado é que uma empresa disposta a comprar as Casas Bahia teria de desembolsar cerca de R$ 6 bilhões. Seria o maior negócio do varejo brasileiro. Com seus R$ 12 bilhões de faturamento previstos para este ano, a empresa lidera com folga as vendas de eletrodomésticos e móveis no País - a segunda colocada, a rede Ponto Frio, fatura menos de R$ 4 bilhões por ano. Após anos de crescimento espetacular, as Casas Bahia vêm tendo expansões mais modestas nos últimos dois anos. Em 2006, a receita ficou em R$ 11,5 bilhões - bem abaixo da meta inicial, de R$ 13,5 bilhões.

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