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Mudança no estilo de vida vem para ficar

Quem começou a pedalar por conta da pandemia diz que bike não deve mais sair da rotina diária

Foto do author Márcia De Chiara
Por Márcia De Chiara
Atualização:

A mudança de estilo de vida imposta pela pandemia fez muitos brasileiros descobrirem a bicicleta e encaixarem o ciclismo na sua rotina. Acostumado a usar o ônibus e metrô, o estudante de Direito Pedro de Almeida Nogueira Chaves, de 25 anos, por exemplo, resolveu fazer da bike o seu meio de transporte. Em dezembro, comprou uma bicicleta mountain bike por R$ 1.100 e gastou mais de R$ 400 com acessórios – lanterna, capacete, bermuda e bolsa. Seguro da bike ainda não fez, mas está avaliando. “Um amigo teve a bicicleta roubada”, lembra.

Mesmo em home office e com aulas remotas na faculdade, o estudante decidiu trocar o transporte coletivo pela bicicleta quando precisa se deslocar pela cidade de São Paulo para ir ao Fórum e aos cartórios, por conta do estágio que faz num escritório de advocacia, ou à casa da namorada. O objetivo é evitar a aglomeração no transporte coletivo. “De bicicleta você se desloca ao ar livre, conhece a cidade e o risco de contágio de covid-19 é menor”, argumenta.

Na pandemia, PedroChavestrocou o transporte coletivo pela bicicleta Foto: Felipe Rau/Estadão

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Além desses, ele vê outros benefícios no uso regular da “magrela”. O tempo de deslocamento é bem menor. “Outro dia fui da minha casa, no Brooklin, até o dentista, em Pinheiros, – uma distância de 7 quilômetros – e gastei 30 minutos pedalando.” Nas contas de Chaves, levaria um pouco mais de uma hora, se fosse de ônibus.

Já a executiva Pamela Perla, 34 anos, mãe de gêmeos, começou no ciclismo “sentando na janelinha”, como ela mesmo diz.

Seguindo a orientação de uma amiga ciclista, em meados de março deste ano ela comprou uma bike de segunda mão, mas de alto padrão.

Pela bicicleta, todos os acessórios – capacete, luzes, luvas, sapatilha – e a assessoria de um treinador, desembolsou inicialmente cerca de R$ 20 mil. “Foi acima do planejado.” Ela também gastou com um serviço especial de regulagem da bike às características de quem a pilota. Ainda não fez seguro, mas admite que a contratação do serviço “está no radar”.

“Peguei um treinador para aprender a técnica, saber como funciona a bicicleta e ter segurança”, explica, comparando o aprendizado na bike com o de uma autoescola. Resultado: hoje ela já pedala 45 quilômetros duas vezes na semana. Aos domingos faz um percurso maior, de 60 quilômetros na orla do Rio de Janeiro, onde mora.

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“Sempre gostei de malhar, mas, com a pandemia, a academia fechou”, conta, lembrando da rotina atribulada logo no início do home office. Dois meses após ter posto a bike na sua rotina, ela diz que já conseguiu. “Estou adorando cada centavo desse investimento.”

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