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'Mudou perfil de quem compra econômico'

Dirigente de imobiliária premiada diz que novo cliente é jovem, mais exigente e está interessado em projetos de condomínio-clube

Por Larissa Féria
Atualização:

Diante das adversidades enfrentadas pelo mercado imobiliário, empresas do setor apostaram suas fichas nos empreendimentos populares, com unidades com preços máximos de até R$ 250 mil.

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Nesta edição do Top Imobiliário, a Perfil ficou entre as dez maiores vendedoras do mercado de São Paulo. Com foco de atuação no setor oeste da Região Metropolitana, nos municípios de Osasco, Cotia e Barueri, 75% das vendas da imobiliária em 2016 foram de imóveis econômicos.

As moradias de até R$ 225 mil – teto do Minha Casa Minha Vida (MCMV) no ano passado – foram o carro-chefe das vendas da Vemplan, outra imobiliária que figura entre as dez mais.

Como os compradores têm melhores condições pelo programa, como juros menores, a procura é grande. “Esses imóveis representaram 85% das vendas em 2016 e conseguimos fechar o ano com um acréscimo de 20% de VGV nos imóveis vendidos e de 10% no número de unidades”, comemora o diretor da Vemplan, Rogério Almeida.

A taxa de juro da Pró-Cotista da Caixa para não correntistas do banco é de cerca de 8,61% ao ano Foto: Jonne Roriz/Estadão

Crédito. A restrição de crédito por parte dos bancos provocou mudança no perfil do comprador. “O perfil de quem compra esse tipo de imóvel mudou bastante. Antes, eram pessoas mais simples. Agora, são jovens que querem sair da casa dos pais ou recém-casados”, afirma a diretora da Perfil Imóveis, Cleusa Bonifácio Flor.

Segundo ela, esse público é mais exigente e quer melhor infraestrutura e acabamento. “Como esses imóveis, geralmente, estão localizados em regiões mais afastadas por conta do preço, os compradores querem condomínios-clube, fachadas bonitas e sacadas com vidro”, afirma.

Para driblar a falta de crédito no mercado e facilitar as vendas, algumas construtoras passaram a fazer financiamento direto. “Em 2016, os bancos ficaram mais difíceis para aprovar crédito, principalmente porque o comprador estava muito endividado”, diz Almeida.

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A Vemplan fez promoções com entrada zero. “E construtoras estão fazendo financiamento direto em até 225 meses. Isso ajudou a alavancar as vendas.”

Os imóveis econômicos representaram 25% das vendas na Itaplan, outra imobiliária presente na lista do Top Imobiliário. “Em 2016, trabalhamos mais com produtos selecionados”, afirma o diretor geral, Cyro Naufel. “Não adianta ter uma gama muito grande para vender.” Empresa do grupo Lopes, a Itaplan teve sua estrutura fundida à marca a partir deste ano e passa a atuar com a bandeira Lopes.

Na Vemplam, a crise política envolvendo o presidente Michel Temer, provocou incertezas, mesmo com a queda nos juros e as reformas na pauta do Congresso. “Tínhamos vários lançamentos programados para o segundo semestre e estamos segurando um pouco para ver como fica a situação política”, diz Almeida. “O construtor tem medo de lançar e não vender. E o cliente tem medo de comprar e se endividar.” Até então, segundo ele, a expectativa era crescer 3o% neste ano.

Naufel está mais otimista. “O crescimento depende mais da queda de juros e das reformas do que do momento político, já que elas trazem confiança para o consumidor”, diz. “Acredito que a retomada começa agora e será reforçada em 2018.”

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Com alto volume de estoques, os imóveis de médio padrão, com preços entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão, foram alvo de promoções no ano passado. “Mereceram atenção especial, tivemos que construir campanhas só para trabalhar essas vendas”, afirma o diretor-geral da Itaplan, Cyro Naufel.

Na Perfil, para impulsionar as vendas dos imóveis na faixa de R$ 450 mil e R$ 550 mil também foram feitas promoções. “Com descontos entre R$ 40 mil e R$ 60 mil, para reduzir os estoques”, diz Cleuza Flor.

Barato. Na carteira de vendas da Perfil Imóveis e da Vemplan, destacam-se os dois empreendimentos lançados no ano passado que têm os apartamentos mais baratos da Região Metropolitana de São Paulo. Respectivamente, são o Grand Club Cotia por R$ 120 mil e o residencial Santa Adília por R$ 145 mil, segundo os dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). O primeiro, lançado em dezembro do ano passado em Cotia, conta com apartamentos de um dormitório e 31 metros quadrados de área útil. É um projeto da Zatz Empreendimentos.

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O Santa Adília foi lançado em maio do ano passado em Francisco Morato, terá 192 apartamentos, de dois dormitórios com área de 48 m2. O empreendimento é da Tranchesi Sadek Engenharia.

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