SÃO PAULO - Um encontro para debater vida digital e o futuro do mercado de trabalho do ponto de vista das mulheres começou mal em Munique, na Alemanha. O evento discute as tendências do mundo corporativo, entre elas a intenção da Comissão Europeia de obrigar as empresas, a partir de 2020, a garantir uma cota de 40% dos cargos de diretoria para as mulheres.
Na hora de começar a discussão, porém, não havia cadeira para a madrinha do evento, a atriz alemã Maria Furtwaengler. Ela então sentou-se em protesto no colo do publicitário Hubert Burda, organizador do seminário, já que nenhum dos homens presentes levantou-se para dar lugar a ela. Cerca de 600 pessoas participam do debate aberto nesta segunda-feira, incluindo autoridades do governo alemão. A conferência é realizada desde 2005 busca tornar-se uma plataforma para os empresários de internet e investidores sobre as tendências do mercado digital. As chances de mulheres para cargos na economia melhoraram significativamente, de acordo com a comissária Viviane Reding, representante do governo alemão. "Há uma corrida para o talento feminino", ela disse na abertura dos debates.
A Ministra do Trabalho, Ursula von der Leyen , alertou as empresas que elas devem confiar mais nos talentos das mulheres. Na plateia, predominantemente feminina, havia uma fila de 18 homens da diretoria do Deutsche Bank. Um representante do banco apressou-se em esclarecer que um terço dos membros da diretoria já são do sexo feminino. "Isso também depende do desenvolvimento do mercado profissional, cada um está ali por causa de suas habilidades", esclareceu o executivo.