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Mulheres promovem ato contra fundamentalismo

Por Agencia Estado
Atualização:

Apitos, cornetas e até tamborim. Com essas "armas", e muito barulho, cerca de 500 mulheres promoveram um ato "contra os fundamentalismos", no Fórum Social Mundial 2002, virtualmente bloqueando, por cerca de meia hora, um dos lances de escada que dá acesso ao terceiro piso do Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Na abertura da caminhada, que teve a participação até de (poucos) homens, havia um cartaz com uma mulher com o rosto coberto por uma "burka", roupa imposta pelos fundamentalistas talibãs, em seu governo no Afeganistão, recém-derrubado. E os dizeres: "Um outro olhar é possível". Diplomáticas, as manifestantes alternaram críticas aos dois lados envolvidos no conflito afegão. Revezaram gritos de "fundamentalismo não!" e de "Fora, Bush!" - uma alusão à intervenção americana no Afeganistão, ordenada pelo presidente americano, George W. Bush. Um cartaz (com um erro crasso de português) pregava: "Envista (sic) na paz acabando com a fome". Muitas ativistas usavam mordaças de papel, com lábios vermelhos pintados, e os dizeres em espanhol: "Tu boca fundamental. Contra los fundamentalismos". O ato foi parte da campanha "Contra os fundamentalismos, o fundamental é a gente", que foi lançada no FSM 2002 pela Articulación Marco-Sur, um grupo de organizações de mulheres da América do Sul. "Esta campanha esta sendo feita em função de todos os acontecimentos passados e recentes nos quais os fundamentalismos atingiram as mulheres", disse Télia Negrão, de 47 anos, 30 de militância feminista, da ONG Planeta Fêmea. "Fundamentalismo de religião, de moral, de modos de sexualidade." As feministas consideram que há fundamentalismo não apenas entre os muçulmanos árabes, mas entre os judeus israelenses e até entre religiosos norte-americanos. As críticas não são apenas à religião. Segundo elas, também há formas de fundamentalismo - atingindo as mulheres - na política e em muitos outros campos e países.

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