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Múltis anunciam 86,5 mil demissões

Apenas Caterpillar dispensou 20 mil; a onda de cortes que varreu o mundo foi batizada de ‘segunda-feira negra’

Por Jamil Chade e de O Estado de S.Paulo
Atualização:

A crise econômica se transforma, em uma velocidade cada vez maior, em uma crise social afetando milhões de pessoas pelo planeta. Na segunda-feira, 26, o mundo registrou o anúncio de cortes de empregos de 86,5 mil pessoas. Mais de 50 mil vão perder o emprego quase imediatamente. Os anúncios ocorrem diante de uma cenário de contração do PIB dos países ricos, desaceleração nos emergentes e uma crise ainda sem sinais de ter fim no setor financeiro.   Veja também: Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise    Na Organização Internacional do Trabalho (OIT), as estimativas são de que o número de 20 milhões de desempregados será amplamente superado. No total, 170 mil postos de trabalho já foram cortados pelas grandes empresas em 2009.   O maior corte de empregos, no dia que está sendo chamado de "segunda-feira negra", foi anunciado pela Caterpillar, que demitirá 20 mil pessoas. Com o recuo nas vendas e o setor da construção em queda na Europa e Estados Unidos, a empresa alerta que não tem como manter seus trabalhadores. O boom imobiliário acabou e centenas de projetos estão sendo abandonados na Espanha, Irlanda e Inglaterra.   A farmacêutica Pfizer anunciou a demissão de 8 mil empregados da Wyeth, empresa que foi adquirida pela americana na segunda-feira mesmo. O anúncio significa o corte de sua mão de obra em 10%.   Nos EUA, as montadoras continuaram sofrendo. Na segunda-feira, a General Motors anunciou o fechamento de mais 2 mil postos, principalmente em suas fábricas nos EUA. As demissões nos EUA ainda afetaram 8 mil trabalhadores da operadora de telefones Sprint Nextel e 7 mil da Home Depot.   Na Holanda, a ING anunciou o corte de 7 mil postos de trabalho. Também na Holanda, a gigante Philips divulgou que deve cortar mais de 6 mil trabalhadores. "A crise está sendo feroz", afirmou o presidente da empresa, Gerard Kleisterlee, em um comunicado.   A Corus seguiu o exemplo de outras siderúrgicas no mundo e anunciou na segunda-feira, 26, a demissão de 3,5 mil. Os mais afetados serão os trabalhadores do Reino Unido. O país pode ainda chegar a ter 3 milhões de desempregados até o fim do ano. Na Espanha, a Acerinox deixou claro que demissões podem ser anunciadas nos próximos dias.   No Japão, uma pesquisa feita pela agência Jiji Press revelou que as 12 empresas do setor automobilístico no país planejam demitir 25 mil pessoas até março.   A onda de demissões segue o exemplo da semana passada, quando 40 mil pessoas perderam seus empregos entre as grandes multinacionais. BHP Billiton, Clear Channel Communications, Intel, UAL Corp, Williams-Sonoma, Harley-Davidson, Time Warner Inc e Microsoft anunciaram planos de demissões.

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