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Mundo entra na era da ‘Grande Desaceleração’, afirma ‘Economist’

Os países emergentes, como o Brasil, estão crescendo menos e não conseguem compensar a fraqueza dos países ricos

Por Fernando Nakagawa e correspondente da Agência Estado
Atualização:

LONDRES - Liderado pelos grandes países emergentes que crescem cada vez menos, inclusive o Brasil, o planeta entrou em um novo processo econômico: a "Grande Desaceleração". A opinião é da revista britânica The Economist. Em reportagem de capa na edição europeia, a publicação afirma que a desaceleração cada vez mais evidente de grandes emergentes como os Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) não representa um início de um fracasso, mas sim um ponto de inflexão para a economia mundial.

Para explicar a "Grande Desaceleração", a revista dá argumentos para os quatro maiores emergentes, sem levar em consideração a África do Sul, que faz parte do Brics. No caso do Brasil, a reportagem cita que o País correu com a ajuda do boom das commodities e a expansão do crédito doméstico. Mas a combinação da "inflação teimosa com o lento crescimento mostram que a velocidade-limite da economia é muito menor do que a maioria das pessoas pensava". Há argumentos distintos para China, Rússia e Índia. Na reportagem, a revista diz que o abrandamento das economias "será motivo de ansiedade em primeiro lugar para os moradores desses países". "Onde o crescimento econômico já entregou padrões de vida mais elevados e também tem aguçado o apetite por mais. Mas a transição não precisa ser dolorosa", diz. "Ao longo dos próximos dez anos, as economias emergentes ainda vão crescer, mas de forma mais gradual", diz a publicação. "Isso marca o fim da primeira fase mais dramática da era dos mercados emergentes", completa a reportagem, que destaca especialmente o fato de que em 1990 os mercados emergentes respondiam por menos de um terço da produção mundial conforme o poder de compra. Em 2013, a participação deve superar os 50%.

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