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Mundo precisa de 430 milhões de postos de trabalho

"80% da mão de obra hoje no mundo está nos países emergentes. Portanto, será nessa parte do mundo que teremos de criar postos de trabalho", disse Juan Somavia, diretor da OIT

Por Agencia Estado
Atualização:

O mundo precisa criar 430 milhões de postos de trabalho nos próximos dez anos para enfrentar a crise do desemprego que afeta a economia internacional. O cálculo é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que hoje iniciou sua assembléia mundial. A estimativa é baseada no crescimento da força de trabalho no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. "80% da mão de obra hoje no mundo está nos países emergentes. Portanto, será nessa parte do mundo que teremos de criar postos de trabalho", disse Juan Somavia, diretor da OIT durante a abertura da conferência hoje em Genebra com mais de 4 mil participantes. Serviços abre possibilidade Na avaliação da OIT, o maior potencial para a geração de postos de trabalho está no setor de serviços. O desafio da criação de empregos ocorre ao mesmo tempo em que se observa um número cada vez menor de possibilidades de emprego na zona rural. Em muitas partes do mundo, isso vem gerando o êxodo rural nas últimas décadas. Agora, segundo a OIT, essa população que saiu das áreas agrícolas está em uma situação crítica nas cidades, empobrecida e sem perspectivas de encontrar trabalho. "A economia global não está gerando o número suficiente de empregos para as pessoas que precisam. Apesar dos muitos benefícios da globalização, vemos como a dignidade do trabalhador e do trabalho vem se perdendo. O otimismo econômico de alguns ocorre ao mesmo tempo em que vemos um pessimismo social profundo para muitas pessoas", afirmou Somavia. Para ele, esse é um dos principais motivos pelos quais os governos precisam adotar políticas que substituam o desemprego por um crescimento econômico que gere postos de trabalho. Um levantamento feito pela OIT mostrou que, apesar crescimento econômico dos últimos anos no mundo, com taxas acima de 4% para os países em desenvolvimento, esse desempenho não foi traduzido em aumento de empregos em muitas economias.

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