Rupert Murdoch apresentou planos drásticos para reformular o Wall Street Journal e lançar uma incursão no setor dos grandes jornais americanos. Ele, que deve concluir este ano a turbulenta aquisição da Dow Jones, proprietária do Journal, por US$ 5 bilhões, anunciou o desejo de conduzir o diário para além de suas raízes financeiras e atacar concorrentes como o New York Times. "Temos muitos planos e muitas idéias que precisam ser refinadas", disse ele numa conferência em São Francisco. "Mas quero melhorar (o jornal) em todos os sentidos: naquilo que ele faz hoje em finanças, para começar, mas também quero acrescentar mais notícias nacionais e internacionais." O presidente da News Corporation disse que gostaria de ampliar a cobertura de assuntos culturais, para aproveitar as oportunidades de atrair anunciantes como estúdios de cinema. "Quero acrescentar uma grande cobertura das artes, moda e cultura", afirmou. Indagado se pretende eliminar o New York Times, respondeu: "Seria bom". O acordo para a aquisição da Dow Jones só foi alcançado depois de uma prolongada disputa com a família Bancroft. Durante as negociações, Murdoch tentou seduzir os acionistas da Dow Jones prometendo não interferir em decisões editoriais. No entanto, com a transação quase concluída, Murdoch disse que planeja harmonizar o Wall Street Journal com as outras propriedades da News Corporation, entre elas, jornais ao redor do mundo e a rede de televisão Fox. Disse ter planos arrojados para a Fox Business Network, canal noticioso americano dedicado à economia e lançado esta semana, e atacou concorrentes como a CNBC, qualificando-os de "semimortos". Os comentários foram feitos no encontro anual da Web 2.0 em São Francisco, onde ele ressaltou também o sucesso da News Corp. na internet. Respondendo a sugestões de que os investidores do website de relacionamento Facebook avaliam a companhia em US$ 15 bilhões, afirmou que o número indicaria que o MySpace.com - site rival que ele comprou por US$ 580 milhões - vale US$ 50 bilhões. "O que isso mostra é que a News Corp. está subavaliada", disse. Afirmou ainda que não está animado para comprar mais propriedades de internet, por causa dos preços inflados.