27 de abril de 2010 | 00h00
Quase três anos após ter sido comprado pelo bilionário Rupert Murdoch, o Wall Street Journal lançou ontem o seu caderno metropolitano para bater de frente com o seu principal rival, o New York Times, na disputa pelo título de jornal símbolo de Nova York. Líder em circulação nos EUA, o tradicional diário financeiro também cobre, desde ontem, assuntos da cidade, esportes e cultura, em uma ação recebida com ironia pelo rival.
Com promoções para os anunciantes, o Greater New York (Grande Nova York), como é denominado o novo caderno, circulou com 16 páginas - nos próximos dias, seu tamanho deve variar entre oito e doze. Cinco delas eram inteiramente cobertas por anúncios. Em vez de cobrar os cerca de US$ 90 mil da tabela, o jornal vendeu propagandas de página inteira por US$ 19 mil. Entre as empresas que publicaram anúncios na nova edição estão a companhia aérea Delta, a Universidade de Nova York e a loja de departamentos Bloomingdale"s, em um sinal de que, apesar do desconto, a empresa de Murdoch optou por marcas consideradas grife em seus segmentos.
O New York Times ironizou o lançamento do novo caderno do concorrente. "Depois de 120 anos de existência, o Wall Stret Journal nesta manhã decidiu finalmente cobrir Nova York ao norte de Wall Street. No espírito da camaradagem, damos boas-vindas ao novo caderno local. O New York Times tem sido o jornal de Nova York por cerca de 160 anos e sabemos como é difícil para iniciantes conquistarem seguidores", disse a empresa, em nota.
Murdoch aproveitou o seu tablóide, o New York Post, para atacar o rival. O jornal, muitas vezes sensacionalista, traz reportagem com título dizendo que o Times perderá a guerra por anunciantes para o Wall Street Journal. Segundo o Post, esta será a primeira vez que o Times terá que lidar com um concorrente de peso na cidade em décadas.
Atualmente, a circulação do Wall Street Journal é mais do que o dobro da do New York Times. Com uma linha editorial mais conservadora, o diário de Murdoch tem uma tiragem de 2 milhões de exemplares, contra 951 mil do jornal da família Sulzberger. Nos últimos seis meses, a circulação do Wall Street Journal teve crescimento de 0,5%, enquanto a do Times caiu 8,47%.
Crédito: Reprodução
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