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'Na aviação temos de ter um plano B'

No trabalho público, copiloto Peterson Ramos dos Santos recebe um terço do que ganhava

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Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

“Como a aviação é muito sensível à economia, para a gente que busca uma carreira na área, é importante ter sempre um plano B”, diz Peterson Ramos dos Santos, de 37 anos, que está sendo obrigado a recorrer a essa estratégia agora. No caso dele, o plano B é o trabalho como servidor público no governo do Distrito Federal, do qual havia se licenciado quando conseguiu um emprego como copiloto, em 2017.

Santos pretende voltar a trabalhar como servidor público Foto: Gabriela Biló/Estadão

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No trabalho público, porém, Santos recebe um terço do que ganhava como piloto. Antevendo esse cenário, ele já se mudou para um apartamento menor, vendeu o carro e transferiu a filha para uma escola pública. A esposa também trancou a faculdade. “Na aviação, dizemos que temos de estar sempre à frente do avião, sempre preparados para tomar alguma atitude. Dentro dessa perspectiva, reduzi despesas e fui me preparando para um cenário mais difícil, que foi o que acabou acontecendo. Mas vamos conseguir passar por essa turbulência e se preparar para a retomada.”

Santos diz estar otimista em relação ao futuro, já que o mercado doméstico brasileiro tem grande potencial. Mesmo assim, não vê uma retomada rápida nos próximos dois anos. “O momento agora é de deixar o tempo passar e continuar estudando”, acrescenta ele, que pretende retomar o mestrado em Transporte – que havia parado por causa do trabalho – enquanto a aviação não se recupera.  “Por enquanto, a situação é muito complicada, mas cada um vai encontrando um caminho. Tem gente já trabalhando como motorista de aplicativo. A questão é que todo piloto quer voar. Quem é piloto nasceu para isso. O olhar está sempre voltado para o céu. Esse é sempre o objetivo.”

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