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Na China, Temer recorre a Confúcio, mas tropeça em discurso

Presidente se confundiu em uma das menções e trocou a palavra 'cair' por 'sair' em 'a glória não está em nunca cair, mas em sempre levantar'

Por Fernando Nakagawa , Cláudia Trevisan e enviados especiais
Atualização:

XANGAI - Como todos os oradores que tentam seduzir plateias chinesas, o presidente Michel Temer lançou mão nesta sexta-feira, 4, de citações de Confúcio, o filósofo que viveu cinco séculos antes de Cristo e que até hoje é uma das principais referências culturais do antigo Império do Meio. Mas o brasileiro tropeçou em uma das menções e trocou a palavra “cair” por “sair”, ao usar uma das máximas do pensador para falar das turbulências no Brasil.

“A crise econômica que começamos a superar não é menor. Pelo contrário, ela não é nada menos do que a maior recessão econômica dos últimos tempos. Porém, também aqui a sabedoria confuciana nos oferece a melhor lição: a glória não está em nunca sair, mas em sempre levantar”, afirmou Temer em discurso a empresários chineses e brasileiros reunidos em Xangai. O verbo correto é “cair”.

Michel Temer e o presidente chinês, Xi Jinping Foto: Minoru Iwasaki/Pool Photo via AP

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Segundo Temer, a China é um dos destinos “mais apropriados” para sua primeira viagem ao exterior como presidente. Mas a escolha do país foi resultado de um roteiro estabelecido quando o peemedebista ainda era vice de Dilma Rousseff: qualquer que fosse o líder brasileiro, sua presença era esperada no encontro anual do G-20. O grupo reúne os representes das maiores economias do mundo, que se reunirão amanhã e segunda-feira na cidade chinesa de Hangzhou.

Investidores. Temer, que também já se reuniu com o presidente chinês Xi Jinping, aproveitou a viagem para tentar atrair investidores chineses, especialmente para projetos de infraestrutura no território brasileiro. Aos empresários, o presidente afirmou que os últimos 120 dias foram de “transformações” no Brasil, com a adoção de medidas de responsabilidade fiscal e de controle da inflação.

“Confúcio, esse monumento de sabedoria que a China nos legou, escreveu que o homem correto faz antes de falar e apenas depois fala de acordo com aquilo que fez”, disse Temer. “Sinto-me muito à vontade de lhes falar do futuro do Brasil, porque as bases desse futuro já foram lançadas.”

Sem fazer referência à sua antecessora, deposta sob a acusação de crime de responsabilidade, Temer afirmou que o “fundamento central” de seu governo é a “responsabilidade”, em especial nas áreas fiscal, monetária e política. “O gasto desmesurado penhora o futuro em troca de uma prosperidade efêmera e falsa”, ressaltou. 

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