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Na contramão, consumo cresce no Nordeste e no Rio

Venda de cigarros cai 3% no interior de São Paulo e cresce 10% na região metropolitana do Rio de Janeiro

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Por Redação
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Para chegar aos fumantes das regiões mais pobres do País, as grandes multinacionais, como Souza Cruz e Philip Morris, tiveram de se render ao longo dos anos ao popular "cigarro picado", vendido avulso. Nesses lugares, os fumantes preferiam comprar apenas uma unidade a ter de pagar pelo maço inteiro, que sairia caro demais. Mas isso agora é passado. "Muita gente agora pode comprar o maço todo em vez de só um cigarro ou dois", diz o professor do Programa de Administração de Varejo da FIA (Provar), João Carlos Lazzarini.Distrito Federal, Nordeste e Grande Rio são as únicas regiões do País onde o consumo de cigarro cresce em número de unidades vendidas, segundo levantamento da Nielsen. Para se ter uma ideia, no interior de São Paulo e na região metropolitana da capital paulista, as vendas de janeiro a abril caíram 3,12% e 2,28%, respectivamente. Na região da Grande Rio elas deram um salto de 10,76%, na comparação com os mesmos meses do ano passado. Os números da pesquisa Nielsen, porém, contam apenas os cigarros do mercado formal. Os ilegais, que costumam ter preço abaixo de R$ 4, já são 28% do total consumido no País, segundo dados da indústria. "Muita gente de baixa renda que fumava cigarro paraguaio agora está migrando para os cigarros formais", diz Renato Meirelles, presidente do instituto Data Popular. "No Nordeste, quem fumava cigarro de palha agora compra o industrializado", acrescenta Meirelles. Esse fenômeno da sofisticação do consumo de cigarros não é exclusividade do Brasil. Acontece também na África. A British American Tobacco (BAT), por exemplo, teve queda na venda global de cigarros, de 708 bilhões para 705 bilhões no ano passado. Na África, porém, teve alta de 2,3% em volume. Em valor, a alta foi de 12%, o que demonstra que o africano está comprando marcas mais caras.

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