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Na OMC, Brasil ataca barreiras chinesas a produtos agrícolas

Itamaraty pede à China 'nova agenda positiva' entre os dois países para superar tensões e reequilibrar a relação

Por JAMIL CHADE
Atualização:

O Brasil atacou na Organização Mundial do Comércio (OMC) as barreiras impostas pela China aos produtos agrícolas e alertou que o déficit comercial do País com Pequim pode criar "pressões protecionistas" no Brasil contra os produtos chineses. O Itamaraty pediu nesta quarta-feira, 21, à China por uma "nova agenda positiva" entre os dois países para superar as tensões e reequilibrar a relação. Isso seria baseado em investimentos diretos de Pequim no Brasil.   Veja também: Entenda a crise dos alimentos  Entenda os principais índices de inflação   Stephanes descarta elevar crédito agrícola para R$ 110 bi "É importante que o comércio bilateral não gere o fechamento de fábricas e desemprego", disse o embaixador do Brasil na OMC, Clodoaldo Hugueney, em um discurso na entidade máxima do comércio. "O extraordinário crescimento de certas exportações chinesas afetam a indústria em alguns setores no Brasil, gerando pressões protecionistas cada vez maiores", disse. A China está tendo sua política comercial avaliada nesta semana na OMC e está sendo bombardeada por questões de todo o mundo, principalmente de americanos e europeus. No caso do Brasil, o Itamaraty fez questão de aproveitar a oportunidade para questionar as medidas protecionistas que os chineses estariam usando contra as exportações do País. No total, o Brasil enviou dez questionamentos à China. Segundo o embaixador brasileiro, todos os países estão enfrentando o desafio de se adaptar à competitividade chinesa. Mas ele apelou para o fato que um país com mesmo perfil de desafios sociais, de distribuição de renda e de combate à pobreza não acabe gerando ainda mais problemas para uma outra economia. "Essa situação precisa ser lidada de uma forma construtiva, com uma combinação de medidas para aliviar a situação no curto prazo e no longo prazo", afirmou. O Itamaraty optou hoje por atacar principalmente barreiras técnicas e sanitárias. Segundo Hugueney, algumas áreas contam com regras pouco clara de importação. "Em 2005, apenas 32% dos padrões (exigidos para a entrada de um produto) estavam baseados nos critérios internacionais", disse.

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