A coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, admitiu nesta quinta-feira, 10, que "não é improvável" que a inflação em 12 meses pelo IPCA ultrapasse 6,5% (teto da meta estabelecida pelo Banco Central para 2008) em julho. O argumento é que a taxa em 12 meses já chegou a 6,06% em junho e "há evidência que julho deste ano apresente um IPCA maior do que no ano passado". Veja também: De olho na inflação, preço por preço Entenda os principais índices Entenda a crise dos alimentos Inflação pelo IPCA no 1º semestre é a maior em cinco anos Em julho de 2007, o IPCA havia registrado alta de 0,24%. "Com a continuidade da pressão dos alimentos e a alta dos administrados, não é improvável que a taxa em 12 meses atinja 6,5% (em julho)", disse. A lista de pressões no IPCA de julho citada por Eulina é significativa. Segundo ela, "a alta dos alimentos é generalizada e não há sinal de reversão, já que os preços no mercado internacional e o consumo continuam subindo". Ela insistiu que "não há evidência de mudança na trajetória de alta dos alimentos". Além disso, em julho, segundo Eulina, haverá pressão de vários itens administrados sobre o IPCA em julho, como aumentos na taxa de água e esgoto em Porto Alegre, Belém e Fortaleza; nos ônibus interestaduais; na energia elétrica em São Paulo e Curitiba, além do álcool, gás veicular e óleo diesel.