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Não estão na mesa novas medidas do BC para crédito, diz fonte

"Não tem mais nada sobre a mesa para novas medidas", afirmou a fonte, que falou sob condição de anonimato

Por PATRÍCIA DUARTE
Atualização:
Em 2010, várias medidas macroprudenciais foram tomadas para frear a forte expansão do mercado de crédito Foto: André Dusek/AE

O Banco Central não prepara neste momento novas ações complementares com o objetivo de estimular a oferta de crédito, após o anúncio na manhã desta sexta-feira de medidas nesse sentido, disse à Reuters uma importante fonte com conhecimento sobre o assunto.

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"Não tem mais nada sobre a mesa para novas medidas", afirmou a fonte, que falou sob condição de anonimato.

Mais cedo, o BC anunciou redução no recolhimento de parte dos compulsórios e mudanças no requerimento de capital para risco de crédito ao varejo, medidas com potencial para injetar 45 bilhões de reais na economia, num momento em que a atividade mostra fraqueza.

Embora reconheça que as medidas ajudam a atividade, a fonte argumentou que elas não foram tomadas com esse objetivo e que, mesmo que demorem para surtir efeito, são importantes para "normalizar" o mercado de crédito.

Em 2010, várias medidas macroprudenciais foram tomadas para frear a forte expansão do mercado de crédito, via compulsórios e maior exigência de capital.

Agora, o cenário é diferente. Os bancos têm mostrado mais cautela na oferta de empréstimos, diante do baixo crescimento do país e da menor oferta de emprego. Para este ano, o BC prevê que o estoque total de crédito no Brasil crescerá 12 por cento, menos do que os 14,7 por cento em 2013.

Para a fonte, após as eleições de outubro, independentemente do resultado, o ambiente deve ficar mais aberto para decisões de investimento e consumo. "Esse pouco apetite tende a diminuir depois das eleições", disse.

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A fonte avalia ainda que as medidas "vão ter impactos positivos sem prejudicar a inflação".

As medidas de estímulo ao crédito foram divulgadas pela autoridade monetária no dia seguinte ao BC ter deixado claro que não vai reduzir a taxa básica de juro Selic, atualmente em 11 por cento ao ano, porque vê que o cenário inflacionário ainda está pressionado.

Com as medidas, o BC estimula o mercado de financiamentos de forma mais pontual, evitando que uma ação mais ampla de política monetária acabe tendo impacto maior na economia.

Pesquisa Focus do BC com economistas de instituições financeiras mostra que a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de 0,97 por cento neste ano, muito aquém dos 2,5 por cento vistos em 2013.

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