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''Não existe lista'', diz Mantega

Para ministro, problema cambial foi equacionado

Por Beatriz Abreu e BRASÍLIA
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que não existe nenhuma lista de empresas com problemas cambiais e que os casos identificados, como das empresas Sadia, Aracruz e Votorantim, citadas por ele, já foram equacionados. "Não existe lista de 200, 100, 10 empresas. Simplesmente não existe lista", afirmou. Na segunda-feira, em Nova Délhi, uma fonte do governo disse que pelo menos 200 empresas haviam sido surpreendidas pela alta do dólar e tiveram prejuízos com operações no mercado de derivativo em que apostavam na baixa da moeda americana. O ministro confirmou que a situação dessas empresas foi discutida pelo governo. Ele não descartou a possibilidade de que outras companhias tenham apostado no dólar em baixa. "Pode haver outras empresas com esse tipo de contrato, mas a situação será administrada por meio da oferta de crédito na economia." Mantega explicou que a solução para esses casos é a garantia de liquidez no mercado financeiro, como vem fazendo o Banco Central (BC) por meio da liberação dos compulsórios dos bancos. "Esses contratos não têm vencimento à vista. Eles estão vencendo ao longo do tempo e o dólar é apenas uma referência do valor porque os contratos são pagos em reais", disse. "Se a empresa encontra crédito no mercado, se tem reais para liquidar os contratos, está resolvido." O ministro insistiu que são "empresas sólidas" que apresentaram "prejuízo momentâneo". "Elas são empresas capitalizadas." Ele lembrou que o estrangulamento de crédito para essas empresas surgiu quando o dólar atingiu R$ 2,50. O problema, como ponderou, também é relativizado com a queda na cotação. Ontem, o mercado fechou a R$ 2,10. Na entrevista à Agência Estado, Mantega disse que as ações do governo reforçam o entendimento de que no Brasil, ao contrário de outros países, não há problema de solvência, mas sim de liquidez. Ele considera que as medidas adotadas estão dosadas para os problemas identificados nos bancos pequenos e de médio porte, nas exportadoras e no setor rural. "Não estamos identificando pontos de estrangulamento. Mas é claro que o crédito está mais caro e escasso." O ministro também comemorou as medidas anunciadas nesta semana pelos países da zona do euro e pelos Estados Unidos. "Essas medidas permitiram uma reação de mais confiança dos mercados. Elas abrandaram muito o pânico", disse. "Os mercados reagiram de forma positiva e com maior confiança".

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