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Não há limite para déficit em conta corrente, diz Mantega

Ministro da Fazenda contraria Luciano Coutinho e rejeita limite numérico de 1,5% do PIB para saldo

Por Fabio Graner e da Agência Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira, 26, em entrevista à Agência Estado, que o governo não trabalha com limite para o déficit em conta corrente, conforme disse na última terça-feira, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. "Não há nenhum limite numérico estabelecido para o déficit em conta corrente. O que há é uma preocupação do governo em não permitir que haja um aumento excessivo desse déficit e, para isso, nós vamos sempre estimular o máximo possível as exportações brasileiras, principalmente de manufaturados, que é o item que mais está incorrendo em déficit", afirmou Mantega.   Veja também: Governo está atento ao déficit em conta corrente, diz BNDES   No último dia 24, Coutinho afirmou que o governo vê com atenção a evolução do déficit em conta corrente e não permitirá que ultrapasse 1,5% do PIB.   O ministro da Fazenda lembrou que o governo recentemente lançou uma política industrial, cujo objetivo é exatamente estimular as exportações e que não há novas medidas em curso nesse sentido, com exceção da política agrícola, prevista para ser lançada em 2 de julho deste ano. "O plano agrícola vai estimular a produção, o que acabará resultando em aumento expressivo das exportações. O setor agrícola também será fundamental para o aumento das exportações brasileiras", afirmou.   Questionado se esse número do 1,5% foi comentado em algum momento no governo, Mantega reforçou: "o governo não trabalha co nenhum limite numérico de déficit em conta corrente e não fará nenhum artificialismo para que isso ocorra".   Inflação   Mantega afirmou que o relatório de inflação divulgado na quarta-feira pelo Banco Central (BC) "corrobora" as projeções de mercado para o IPCA este ano, em torno de 6%. Para ele, isso é até "razoável" porque a inflação no Brasil ainda está dentro da meta, o que, neste momento da economia global, só ocorre, segundo ele, em dois ou três países.   "É um resultado razoável, diria até satisfatório, tendo em vista o aumento da inflação mundial, o que demonstra que o Brasil continua tendo um desempenho muito melhor do que o de outros países no controle da inflação", disse.   "O Brasil está com a inflação sob controle, um pouco acima, tendo em vista principalmente o choque de commodities, mas ainda dentro da margem de tolerância da meta, o que é bastante satisfatório", reforçou. Ele lembrou ainda que, diante do surto inflacionário mundial, há países cuja inflação está duas vezes maior do que se previa.

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