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Não houve acordo sobre teto para juro do consignado

Nova tentativa será feita amanhã

Por Agencia Estado
Atualização:

Os bancos terão um teto para os juros cobrados no empréstimo com desconto em folha para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Contudo, a definição desta taxa ainda é um problema. Amanhã, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) vai tentar estabelecer este juro máximo. Esta será a terceira tentativa, já que hoje, na segunda reunião entre os ministros da Previdência Social, Nelson Machado; do Trabalho, Luiz Marinho, com representantes das instituições financeiras, não houve acordo sobre o teto para os juros. "Os bancos não concordaram", informou o ministro da Previdência Social, Nelson Machado. Ele contou que a proposta apresentada pela Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban) era para uma auto-regulação ao longo do tempo. Os bancos sugeriram ao governo a criação de um comitê permanente de acompanhamento das taxas e das condições do empréstimo. Caberia a esse comitê propor as medidas que deveriam ser adotadas pelos bancos para corrigir eventuais excessos nas taxas de juros. O governo concordou com a criação do comitê, segundo o ministro, mas preferiu uma opção mais forte para forçar as taxas de juros para baixo. "Se deixássemos por conta do comitê iria levar tempo demais", argumentou Machado. A opção então, segundo o ministro, foi deixar para o Conselho aprovar ou não a proposta que será levada pelo governo. "Vamos levar uma proposta (de teto) ao CNPS", disse. A proposta de limitar os juros dos empréstimos foi levada ao governo pelas centrais sindicais de trabalhadores. Junto com os representantes dos trabalhadores e aposentados, o governo tem maioria no CNPS. Teto ainda não foi definido Nelson Machado não quis adiantar qual o teto que o governo vai propor ao conselho. Ele disse que defende a fixação de um teto único para a taxa de juros, independentemente do prazo para o empréstimo. "Não podemos fixar um teto que seja baixo demais porque senão o banco pode não querer operar e aí, ao invés de estarmos protegendo os segurados estaremos criando um problema para eles", explicou o ministro. Segundo Nelson Machado, o governo e os bancos estão de acordo de que o empréstimo com desconto em folha representou uma queda significativa da taxa de juros para os clientes bancários. Dados levados pela Febraban para a reunião comprovam que a taxa média do crédito consignado, tanto para aposentados, pensionistas e trabalhadores com carteira assinada, estava em 37,1% ao ano no mês de março. Enquanto isso, a taxa de juros do crédito pessoal alcançava 83,3% ao ano.

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