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Não se deve dar muita atenção às oscilações do euro, diz ministro alemão

"Não há manipulação da taxa de câmbio", disse o ministro das Finanças alemão Wolfgang Schaeuble em entrevista

Por ANNIKA BREIDTHARDT E GERNOT HELLER
Atualização:
Na terça-feira, a França reforçou pedidos por uma nova depreciação do euro em relação ao dólar Foto: Reuters

O Banco Central Europeu (BCE) garantiu que a Alemanha não está tentando manipular o euro, disse à Reuters o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, nesta terça-feira, acrescentando que não está preocupado com recentes oscilações recentes na taxa de câmbio da moeda.

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"O presidente do BCE confirmou na minha presença em Milão (no fim de semana) que o BCE está com certeza cumprindo os acordos que fizemos no âmbito do G7 e do G20", disse Schaeuble em entrevista.

"Não há manipulação da taxa de câmbio".

Na terça-feira, a França reforçou pedidos por uma nova depreciação do euro em relação ao dólar, implicando que o BCE deveria desvalorizar a moeda comum para estimular a economia.

"Ainda me lembro da discussão de algumas semanas atrás, quando o euro, a 1,39 dólares, estava no mínimo um pouco alto demais. Agora ele está a menos de 1,30 dólares ... Essa é a margem que existe nos mercados", disse.

"Não se deve dar muita relevância a isso, nem no sentido positivo nem no negativo".

Autoridades de bancos centrais da zona do euro têm explicitado a necessidade de um euro mais fraco para impulsionar a economia do bloco, que estagnou no segundo trimestre e está flertando com a deflação.

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Tais comentários muitas vezes provocam temores de que os esforços de um país para se tornar competitivo poderiam desencadear uma corrida para desvalorizar moedas, recorrendo ao protecionismo.

Mas medidas do BCE que ajudaram a empurrar o euro para abaixo de 1,30 dólare, após bater pouco menos de 1,40 dólares em maio, atraíram objeções, de um lado, e pedidos da França por mais ações nesse sentido, do outro.

Schaeuble disse que fatores geopolíticos, como a crise na Ucrânia, problemas no Oriente Médio, o surto do Ebola e o crescimento mais fraco nos países vizinhos europeus também têm pesado sobre as perspectivas alemã, mas que "não há motivo para pânico ou para ficar deprimido".

"As previsões econômicas globais pioraram um pouco, mas não há necessidade de correção da política fiscal", disse. As estimativas para a Alemanha são de um crescimento de 1,8 por cento da economia este ano e de 2 por cento no próximo ano.

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