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Natal: como aproveitar o 13º salário

A melhor aplicação para o décimo terceiro é quitar as dívidas no cheque especial e no cartão de crédito. Depois disso, o dinheiro pode ser usado em compras de Natal, compromissos do começo do ano e aplicações financeiras.

Por Agencia Estado
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Todo fim de ano, o brasileiro espera ansiosamente pelo décimo terceiro salário. E, em muitos casos, esse dinheiro acaba sendo usado para realizar as compras de Natal. Entretanto, a melhor aplicação para o salário extra é pagar as pendências no cheque especial e no cartão de crédito. "A melhor maneira de gastar esse salário é quitando as dívidas para que estas não se acumulem para o ano seguinte", aconselha Fernando Escalzilli, diretor da Associação dos Direitos Financeiros do Consumidor (Pro-Consumer). Corrida ao crédito Uma pesquisa do Banco Central (BC) mostra que, nesse ano, o brasileiro se endividou mais do que no ano passado. Para se ter uma idéia, o volume de créditos concedidos a pessoas físicas quase dobrou, saltando de R$ 24,19 bilhões em janeiro para R$ 47,03 bilhões em setembro. Isso porque a renda dos trabalhadores teve uma queda considerável: entre agosto de 1999 e agosto de 2000, a renda dos assalariados na Grande São Paulo caiu 7,8%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese). Com menos recursos, as pessoas acabaram recorrendo ao cheque especial e ao crédito pessoal para complementar a renda. De maio a setembro, o volume de recursos concedidos no cheque especial aumentou de R$ 6,2 bilhões para R$ 6,6 bilhões e, no crédito pessoal, saltou de R$ 12,6 bilhões para R$ 14,2 bilhões, segundos dados do BC. Depois de acertar os pagamentos, o restante do dinheiro pode ser usado nas compras de fim de ano. "É bom dar preferência para o pagamento à vista, já que o parcelamento pode fazer com que novas dívidas sejam contraídas", explica Escalzilli, da Pro-Consumer. O diretor de investimentos do Lloyds TSB, Eduardo Palma, também lembra que os compromissos do início do ano, como pagamentos de IPVA, matrículas escolares e IPTU, devem ser garantidos com parte do décimo terceiro. "Esse dinheiro pode ser aplicado em DI para financiar as dívidas de janeiro e fevereiro", diz. Curto prazo Quem já quitou as dívidas e não pretende gastar muito com consumo e quer guardar dinheiro para comprar um carro ou fazer uma viagem, o indicado é aplicar uma parte do 13o em investimentos de curto prazo, de um ano. O economista-chefe do ABN Asset Management, Hugo Penteado, diz que o melhor é fazer investimentos de baixo risco, voltados 100% para DI. "Como o investidor vai querer resgatar aquele dinheiro logo, é arriscado aplicar na bolsa. Temos uma série histórica mostrando que os riscos de perda para resgates de fundos de renda variável no curto prazo são bem altos." Longo prazo Para quem guardar um excedente do décimo terceiro, o diretor do Lloyds sugere aplicações em PGBL e fundos de ações. "Se o dinheiro não tiver destino certo, pode-se fazer investimentos a longo prazo em planos de previdência ou em carteira de ações", diz. Palma lembra que essas opções são para quem não vai precisar do dinheiro a curto e médio prazos e deseja arriscar uma rentabilidade maior. "No caso do plano de previdência, o ideal seria fazer um aporte maior utilizando o décimo terceiro e manter parcelas mensais de valores mais baixos", explica. "Se a idéia for adquirir ações, é aconselhável checar a instituição, conhecer a carteira e avaliar a viabilidade da taxa de administração".

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