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Natura & Co. vê aumento de 166% na venda de produtos online no 1º trimestre

Gigante brasileira de cosméticos arrecadou 12% de sua receita pela internet nos três primeiros meses do ano; marca também busca trabalhar a sua imagem no exterior

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Por Fernando Scheller
Atualização:

A migração de parte relevante das vendas do Grupo Natura & Co. para a internet é irreversível, de acordo com o presidente da gigante de cosméticos, Roberto Marques. A companhia, segundo ele, aproveitou a pandemia de covid-19 para ampliar as receitas online – na média das marcas do grupo, o avanço do e-commerce no primeiro trimestre foi de 166% em relação ao ano passado, com destaque para a própria Natura (253%).

Segundo o executivo, cerca de 12% das vendas totais do grupo são feitas pela internet – na Aesop, marca australiana de luxo que foi a primeira aquisição internacional da brasileira, esse canal já beira os 30%. “Hoje, 48% das vendas da Natura, realizadas em qualquer canal, já são originadas na internet. Há um ano, esse porcentual era de 33%”, disse Marques ao Estadão, na noite de ontem.

Para Marques, vacinação deve ser prioridade e seguir 'fila' do sistema público. Foto: Felipe Rau/Estadão

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Os dados do avanço do grupo na internet estão incluídos no balanço que a empresa divulgou ontem, relativo ao primeiro trimestre de 2021. A companhia teve uma alta de 25,8% nas receitas entre janeiro e março, na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 9,5 bilhões. Quando descontada a desvalorização do real nesse intervalo, a alta é de 8,1%.

Embora o grupo tenha ampliado a geração de caixa em 470%, para R$ 829,1 milhões, o negócio ainda enfrenta custos extraordinários decorrentes da incorporação da operação global da Avon, concretizada no início de 2020, antes do início da pandemia de covid-19. O resultado recorrente, que exclui esse efeito, aponta um lucro de R$ 60,2 milhões; sem esse desconto, há um prejuízo líquido de R$ 155,2 milhões. 

Marcas

A Natura & Co. também busca trabalhar sua marca no exterior. Nesta semana, a companhia teve a ajuda de uma pesquisa da Brand Finance, que classificou a Natura como a marca mais valiosa em um ranking que leva em conta tanto aspectos econômicos quanto posicionamento ESG (que inclui as áreas ambiental, social e de governança). Outras bandeiras do grupo, como Avon e The Body Shop, também aparecem na lista das principais grifes.

Nesse último ano, outro grande esforço da Natura foi reposicionar a marca Avon e encaixá-la em seu portfólio. Segundo Marques, uma dessas iniciativas foi a participação da marca no Big Brother Brasil – em suas inserções, a Avon falou de temas como diversidade racial e de gênero, temas caros ao grupo Natura & Co. “Acredito que falamos de algo que a Avon faz há 130 anos, sobre empoderamento feminino, mas de uma forma mais atualizada, contemporânea”, disse Marques.

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Natura x Brasil

O executivo disse que a Natura, mesmo em um cenário de críticas à agenda ambiental brasileira lá fora, tem conseguido se manter à margem dos problemas por ter a sustentabilidade em seu DNA. Prova disso foi a emissão de US$ 1 bilhão em títulos nos Estados Unidos, em uma operação que teve demanda quatro vezes maior do que a oferta.

Outra questão que preocupa a empresa é a velocidade da vacinação no Brasil e na América Latina. “É uma preocupação, pois o mundo está muito desigual em relação à vacinação. Temos trabalhado prioritariamente em um esforço de doações, com a meta de acelerar o processo de vacinação. Mas acreditamos que não podemos seguir qualquer prioridade que não seja definida pelo sistema público de saúde. A gente sempre vai sempre acompanhar e servir a isso.”

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