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Negociação de papéis ligados à inflação supera prefixados

Inversão ocorre pela primeira vez na história; de acordo com o coordenador geral de operações da dívida pública do Tesouro, movimento se deu devido ao vencimento de títulos prefixados em julho

Foto do author Célia Froufe
Foto do author Adriana Fernandes
Por Célia Froufe (Broadcast), Adriana Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

BRASÍLIA - Em julho, pela primeira vez na história, a negociação de papéis ligados à inflação superou a de prefixados no mercado secundário, segundo o coordenador geral de operações da dívida pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido. "Um dos principais fatores para esse movimento foi o vencimento de títulos prefixados em julho, que respondia por uma parcela significativa do total da dívida", explicou Garrido.

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Ele ressaltou que essa inversão ocorreu apesar da negociação dos títulos indexados à inflação (NTN-B e NTN-C) não ter sido recorde. De acordo com dados do Tesouro, a participação desse papéis no volume de negociações foi de 39,97% no mês passado, enquanto a de prefixados ficou em 39,63%. "O recorde do volume de negociações de títulos atrelados à inflação foi em maio", lembrou.

Naquele mês, a média do volume financeiro diário das operações foi de R$ 6,29 bilhões, enquanto, em julho, foi de R$ 6,19 bilhões. Esse crescimento do volume de negociações de NTN-B foi atribuído, por Garrido, ao maior interesse dos investidores por títulos não indexados à taxa de juros overnight, como CDI e Selic. "Esse movimento de migração de taxas Selic e DI para prefixados e preços já está tendo reflexo no mercado secundário", disse.

Outro fator que colaborou com esse movimento, segundo o coordenador geral de planejamento estratégico da dívida pública, Otávio Ladeira de Medeiros, foi a rentabilidade. Ele destacou que o IMA-S, que tem retorno próximo do CDI e da Selic, foi de 10,5% no acumulado em 12 meses até julho. No mesmo período, o IMA geral registrou rentabilidade de 19,2% e o IRSM, que representa o retorno dos títulos prefixados, foi de 18,3%.

Também nesse período, os índices ligados à inflação (IMA-C, que representa os papéis atrelados ao IGP-M, e IMA-B, que replica o retorno dos títulos ligados ao IPCA) dispararam 30,3% e 27,2%, respectivamente. "A queda na rentabilidade do CDI e da Selic tem feito investidores migrarem cada vez mais para títulos indexados antecipadamente e aos corrigidos pela variação de preços", afirmou Medeiros.

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