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Negociações Brasil-Argentina continuam travadas

Por ARIEL PALACIOS e CORRESPONDENTE
Atualização:

Mais uma vez uma reunião entre representantes do Brasil e da Argentina terminou sem avanços de destaque para resolver os problemas comerciais bilaterais, entre eles as barreiras alfandegárias do governo da presidente Cristina Kirchner contra produtos Made in Brazil, a queda nas exportações automotivas brasileiras para o mercado argentino, além das várias vezes anunciada criação de linhas de financiamento para exportadores.A reunião foi realizada nesta terça-feira, 22, entre o ministro Mauro Borges da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil, e o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, a ministra da Indústria, Débora Giorgi, e o secretário de Comércio, Augusto Costa, além do presidente do Banco Central argentino, Juan Carlos Fábrega. Segundo fontes, a reunião com os argentinos ocupou uma hora do ministro Borges, que permaneceu em Buenos Aires um total de cinco horas e partiu sem falar com a imprensa.Fontes do lado brasileiro indicaram que "na terça ou quarta-feira da semana que vem em São Paulo" ocorrerá uma nova reunião de autoridades de ambos países, em conjunto com representantes da Associação de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da Associação de Fabricantes de Automóveis da Argentina (Adefa). "Os dois governos vão equalizar uma proposta conjunta para o financiamento de exportações", explicou a fonte de forma genérica.PromessasEm diversas ocasiões, ao longo do último ano, o governo Kirchner prometeu flexibilizar as barreiras comerciais que aplica a diversos produtos Made in Brazil. Tal promessa foi realizada em outubro ao chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo. Na ocasião o chanceler argentino Héctor Timerman havia afirmado que a administração Kirchner tinha a intenção de resolver o caso "prontamente". Três meses transcorreram e, em dezembro, quando o então ministro Fernando Pimentel viajou a Buenos Aires, ouviu uma renovação da mesma promessa.Outros três meses passaram e os problemas bilaterais permaneciam. Mais uma vez o Brasil enviou um representante a Buenos Aires. Desta vez era Mauro Borges, que debutava no cargo. No dia 16 de março conversou com Kicillof sobre a implementação de "mecanismos alternativos de financiamento que viabilizem o fortalecimento do comércio bilateral". Na ocasião o governo Kichner sequer fez novas promessas sobre uma solução para os problemas na entrada de produtos brasileiros.RegimeEntre os assuntos pendentes, os dois governos possuem um curto prazo para definir o novo regime automotivo, renovado pela última vez em 2008, que vence em julho. O regime estabelece um comércio administrado e impede o livre comércio de veículos, na contramão do que estava previsto originalmente pelo Mercosul, que havia determinado o fim das barreiras comerciais entre os países sócios a partir do ano 2000.As reuniões para definir o novo regime automotivo estavam previstas inicialmente para o segundo semestre de 2012. Mas a agenda atrasou e - apesar do escasso tempo que resta - ainda não foram definidos os parâmetros do novo regime automotivo Brasil-Argentina.

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