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''''Negociações com a Bolívia estão avançadas''''

Gabrielli diz que a mudança regulatória na Bolívia em nenhum momento afetou contrato de entrega de gás ao Brasil

Por Irany Tereza e Nicola Pamplona
Atualização:

No próximo domingo, o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, estará na Bolívia, integrando a comitiva do presidente Lula nas negociações para a retomada dos investimentos no país. Gabrielli afirma que a oferta insuficiente de gás natural no Brasil é temporária e será resolvida, em parte, com o aumento de produção nacional. O presidente Lula diz que a Petrobrás é uma empresa controlada pelo governo e não deve pensar só no lucro, mas no crescimento da economia. A Petrobrás é um instrumento de política de governo? A Petrobrás tem uma estratégia baseada em crescimento, rentabilidade para crescer de forma sustentável e quer ser reconhecida como comprometida com responsabilidade social e ambiental , o que é determinante para chegar ao que queremos em 2020, que é ser uma das cinco maiores empresas de energia do mundo. Quando ficou decidido que a Petrobrás iria capitanear a reestruturação petroquímica? Há três anos. Isso significava otimizar o portfólio de participações que tínhamos, desengargalar as relações societárias complexas. À medida que, com o Ultra e a Braskem, compramos a Ipiranga, dissolvemos uma série de nós societários que existiam no Sul. Iniciamos a negociação para resolver a petroquímica do Sudeste com a Suzano e a Unipar. No processo ficou evidente que era mais fácil sair a Suzano do que a Unipar. Compramos, então, a Suzano. E o mercado de gás, quando desaperta? Vai depender do caminho das negociações com as distribuidoras estaduais. O gás novo depende de contratos novos. O gás do Espírito Santo só será colocado no mercado por contrato. Nos próximos anos a oferta de gás será de quanto? Em 2012, serão mais de 72 milhões de metros cúbicos/dia do Brasil, 30 milhões da Bolívia e 31 milhões de GNL. Portanto, teremos em torno de 134 milhões de metros cúbicos/dia, sendo 46 milhões para térmicas. O sr. vai à Bolívia na semana que vem? Devo ir. Estamos em avançadas negociações com a Bolívia. Estamos dispostos a analisar novos investimentos dadas as condições contratuais que temos. Sob novas bases que não aquelas decididas lá atrás, na nacionalização? Há uma confusão que é importante esclarecer. O que aconteceu na Bolívia foi uma mudança nas condições regulatórias do setor. Em nenhum momento chegou a afetar o contrato de entrega de gás ao Brasil até 2019. De outro lado, tivemos renegociação muito dura do contrato de produção de gás dentro da Bolívia. Esses contratos foram aprovados pelo Congresso boliviano e dão as bases para negociar novos contratos. Se as bases dos atuais contratos, já aprovados pelo Congresso, forem mantidas, podemos negociar projetos novos. Quando houve a suspensão de investimentos na Bolívia havia quantos projetos novos em estudos? A questão não funciona dessa maneira. Temos os campos de produção de San Alberto e San Antonio. Um campo de produção tem dezenas, centenas de poços. Nessas áreas, a produção declina e só se consegue manter a produção se se investir para isso. Os planos de desenvolvimento da produção estavam sendo mantidos. Dissemos que não iríamos analisar novos projetos além desses. Agora, estamos dispostos a analisar projetos de expansão da produção, de exploração, etc. Essa é a diferença. Não é o número de projetos que é relevante. Havia um projeto de expansão em San Antonio para elevar a produção em 6 milhões de metros cúbicos... É, existem projetos de expansão de San Antonio, como há de novas áreas. Me desculpe, mas não vou entrar nesses detalhes, porque estamos negociando ainda. A imprensa boliviana chegou a publicar investimentos em quatro blocos novos... Como já falei antes: procurem as fontes que deram essa informação ao jornal La Razón. Eu não sei o que é.

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