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Negociações de gás e decreto boliviano são desvinculadas

A afirmação é do diretor de gás e energia da Petrobras, Ildo Sauer

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor de gás e energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse nesta segunda-feira que a negociação com a Bolívia em torno do preço do gás natural é desvinculada das conversas sobre o decreto que, em maio, previu a transferência de controle das reservas de petróleo e gás ao governo boliviano. "A negociação de preço é feita por um comitê e está prevista em contrato", ressaltou, lembrando que, em 2003, o Brasil pediu redução do valor. Ele não soube precisar se está marcada reunião para discutir o assunto esta semana, mas reiterou que o prazo limite para um acordo foi prorrogado, por 30 dias, em 11 de outubro. Sobre o decreto boliviano, Sauer não quis fazer comentários, argumentando que esta negociação não está a cargo de sua diretoria. A decisão previa prazo de seis meses para implantação, que termina no final de outubro, lembrou ele. Questionado sobre a hipótese de pagamento da Bolívia em gás pela transferência do controle, Sauer disse que esta possibilidade não foi discutida, mas afirmou não ver problemas na forma de negociação. "Conversar sobre a forma de pagamento não será problema", observou, explicando que a questão problemática é o valor. O diretor participou de audiência em que apresentou ao governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), memorandos que a Petrobras assina nesta segunda e terça-feira para implantar duas usinas de biodiesel no Estado, além de realizar testes práticos para uma usina de álcool. Produção A Petrobras está apostando na clonagem de projetos já existentes para acelerar ao máximo possível a implementação de todas as obras necessárias para colocar dentro do prazo programado seu Plano de Antecipação da Produção de Gás, o Plangás. Pelos planos traçados pela estatal, a oferta de gás natural nacional no mercado interno teria que saltar dos atuais 15,5 milhões de metros cúbicos por dia para 40 milhões até 2008. Os investimentos de US$ 8 bilhões durante este período, prevêem um pacote de obras que inclui da construção de terminais de tratamento de gás, a gasodutos submarinos e terrestres, além do afretamento de plataformas. "A idéia é não reiventar a roda. Vamos utilizar toda nossa experiência em projetos já implantados para não perder tempo em novas experimentações conceituais", afirmou o gerente de engenharia da área de serviços da estatal, José Barusco. Segundo ele, um dos projetos que podem ser "clonados" é a unidade de tratamento de Cacimbas. Uma nova planta exatamente igual a ela será construída ao lado, dobrando a capacidade no local, com investimentos de US$ 685 milhões. "Ganharemos tempo e com isso tentaremos cumprir os prazos apertados que nos propusemos", comentou. Outra inovação que a estatal planeja para antecipar seus planos para o gás nacional, é a utilização de dois navios-plataformas "genéricos". As embarcações serão construídas num prazo recorde de dois anos, e posteriormente afretadas pela Petrobras com opção de compra em meados do contrato. A vantagem destas plataformas é que, apesar de elas começarem a operar inicialmente em dois campos de gás no Espírito Santo, poderão atender a outros campos no futuro. "Ainda não sabemos qual é o volume exato de reservas nestes dois campos e sequer declaramos a comercialidade deles ainda. Afretar plataformas genéricas nos permite começar a trabalhar com elas num tempo mais curto e, se for o caso, reavaliarmos o projeto e até substituí-las por outras unidades próprias no futuro", explicou Barusco. Segundo ele, o cronograma da Petrobras prevê para o mês de outubro a conclusão de três projetos conceituais: para a construção do terminal de escoamento de GLP Barra do Riacho (com dois dutos) e investimentos de US$ 100 milhões; para a ampliação do terminal de Ilha Redonda (mais dois dutos) e ainda o Terminal de Ilha Comprida, para GLP, ambos com investimentos totais de US$ 132 milhões.

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