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Negociações entre Petrobras e Enron ficam para 2003

Por Agencia Estado
Atualização:

As negociações entre Petrobras e a Enron para a compra de ativos da empresa norte-americana de energia na América do Sul pela estatal brasileira estão paralisadas. Um executivo da Petrobras afirma que a parada deve-se ao período de transição do governo e que o diálogo deverá ser retomado no primeiro semestre de 2003. Para o segmento petroquímico, a decisão mais importante sobre os ativos da Enron no Cone Sul diz respeito à participação de 66% na TGS, empresa de gás que foi privatizada, e cuja fatia de 33% das ações ordinárias já está em posse da Petrobras por conta da aquisição do controle do grupo argentino Perez Companc (Pecom). Com a participação do Pecom na TGS, a Petrobras passou a ser a maior fornecedora de gás etano à norte-americana Dow Química, em Bahía Blanca (Argentina), para a produção da resina termoplástica polietileno. Além disso, a estatal brasileira divide o controle da Mega Companhia com a Repsol/YPF. A Mega também fornece gás etano à Dow Química, para a produção de plásticos. Diante desse quadro, caso a Petrobras adquira a parcela de ações da Enron na TGS, sua posição será reafirmada e de peso em um possível bloco a ser formado com os ativos petroquímicos do Sul do Brasil mais os da Argentina, onde a estatal tem participação. A idéia de formar o bloco vem sendo divulgada por empresários envolvidos com o pólo petroquímico de Triunfo (RS). A Petroquímica Triunfo, por exemplo, conta com a participação da Petrobras e da própria Dow Química, por meio da sua subsidiária Primera. A Ipiranga Petroquímica é sócia da Petrobras na Copesul, e a estatal detém o controle de outras cinco unidades petroquímicas na Argentina (sem contar participações na TGS e na Mega). O executivo da Petrobras, que falou sobre a parada das negociações com Enron, não explicou detalhadamente os porquês do adiamento. Para o mercado em geral, a estatal tem vida própria e não deveria aguardar diretrizes diferentes em sua atuação, a partir do próximo governo. Prova disso, é que o estudo sobre os ativos petroquímicos herdados do Pecom está em andamento e há esboços do que poderá ser feito. Leia mais sobre o setor de Energia e Petroquímica no AE Setorial, o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.

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