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Negócio é uma reação à crise no setor petroleiro

ANÁLISE: Fernando Nakagawa

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Por Redação
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A bilionária compra da britânica BG pela anglo-holandesa ocorre em um momento crítico para o setor petroleiro. Após a queda do preço do barril do petróleo pela metade nos últimos 12 meses, o setor luta para reduzir custos e buscar novas oportunidades. Neste quadro, a proposta de união das duas europeias parece positiva: promete economizar US$ 2,5 bilhões por ano e dará à Shell uma presença mais forte nos promissores campos do pré-sal no Brasil e de gás natural na Austrália.

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A apresentação de duas horas feita aos analistas pela direção das duas petroleiras mostrou que a união das companhias surge como uma reação ao conturbado cenário energético. Executivos exaltaram que Shell e BG têm atividades de exploração de petróleo e gás complementares em 15 países. Juntas, essas operações permitirão à Shell economizar US$ 2,5 bilhões por ano em sinergias já identificadas.

Além de economizar alguns bilhões por ano, a Shell passará a ter melhor posição nos dois mercados considerados prioritários pela empresa: águas profundas e gás natural. Em águas profundas, a Shell classificou as perspectivas no Brasil como "o fato mais excitante da indústria da atualidade".

A Shell produzia em média de 55 mil barris por dia no Brasil no fim de 2014. A nova sócia BG tinha volumes mais robustos com 75 mil barris/dia. Representantes das duas empresas - especialmente o executivo-chefe da Shell, Ben van Beurden - ressaltaram que os números devem crescer rapidamente no curto prazo e o grupo deve atingir 550 mil barris por dia até o fim da década no Brasil.

Na Austrália, o grande ativo é a exploração de gás na região nordeste da ilha, em Queensland. O novo projeto de extração de gás natural QCLNG começou a produzir há poucos meses e as perspectivas são alvissareiras, disseram os executivos. Com a produção crescente, a área vai aumentar o fluxo de caixa do grupo ao mesmo tempo em que as empresas não precisarão se preocupar com grandes volumes de recursos porque os grandes investimentos já foram feitos.

* É correspondente do Estadão em Londres

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