Um bom exemplo do que está ocorrendo é a redução da produção de bens intermediários (insumos industriais), que vinham sendo importados em grande escala. Em tese, indústrias locais poderiam aproveitar a oportunidade, em vista do aumento de preço dos similares importados, e substituí-los de modo a suprir a demanda. Mas isso só poderia ocorrer se a economia estivesse em crescimento, atraindo investimentos de que toda a indústria carece, o que não está acontecendo nem há sinais de que possa acontecer no curto prazo. Note-se, ainda, que o câmbio não tem beneficiado a exportação de manufaturados.
Em São Paulo, o maior polo industrial do País, a produção caiu 1,2% em relação a agosto e 12,8% em comparação com idêntico mês do ano anterior, uma taxa acima da média nacional. Isso se deve, em grande parte, à fraca demanda de máquinas e equipamentos, além de bens duráveis de consumo, desde automóveis a eletrodomésticos. E não se espera que a situação mude com a aproximação das festas de fim de ano, por causa do baixo nível de encomendas do comércio.
Entre os Estados mais industrializados destaca-se o Rio Grande do Sul, onde a produção teve recuo de 19,7% em relação a setembro de 2014, pressionada pela redução na produção de veículos, reboques, carrocerias, metalurgia e produtos de fumo.
Também no Rio de Janeiro (-11,2%) e em Minas Gerais (-11,1%) a taxa de retração ficou acima da média nacional, principalmente por causa da crise da indústria automotiva e da metalurgia.
Escaparam da debacle em setembro Mato Grosso, com um crescimento industrial de 18,3%; e Pará (12,3%). No Espírito Santo, houve leve avanço de 0,1%. Esses Estados, porém, têm peso relativamente baixo no cômputo geral. Em essência, o que se constata é que a desindustrialização do País avança em marcha batida.